Ato agendado para domingo (13/Mar), contrário ao governo petista contará, no DF, com outro paralelo, agendado recentemente, que deve mobilizar apoiadores de Dilma, Lula e do PT
Por Kleber Karpov
A polarização entre apoiadores e contrários à gestão do governo Dilma e ao PT. O episódio ganha força com a deflagração da 24ª fase da operação ‘Lava-Jato’, da Polícia Federal que chega ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que culminou na condução coercitiva de Lula (4/Mar), para prestar depoimento na PF em São Paulo.
Desde então, os ânimos de políticos, militantes e apoiadores de ambos os lados estão acirrados e o sangue parece ter fervido nas veias. Com isso 13 de Março, pode dar início, na capital do País, a um confronto sem precedentes, que pode se alastrar por todo o País. Isso porque na mesma data do evento nacional de movimentos contrários ao governo Dilma, à corrupção, ao ex-presidente Lula e ao PT, o Partido, no DF, agendou um ato ‘Em Defesa da Democracia’ e o movimento do ‘Não vai ter Golpe’ também promete colocar o bloco na rua’.
Política Distrital questionou ao deputado distrital, Chico Vigilante (PT), se o agendamento do Ato para o mesmo dia em que ocorre a mobilização nacional contrária ao que defende o PT, não criaria uma situação que pode criar um clima de confronto generalizado, dado a tensão do momento e iniciar um clima de violência no DF. Vigilante afirmou ao Blog, não entender dessa forma e que vão para cima.
“A direita vem atacando o PT desde o dia primeiro de janeiro desde 2015 sem aceita o resultado das eleições. Se mancomunaram com esse juiz Sério Moro e estão destruindo a economia Brasileira. A ponto de as empreiteiras brasileiras estão estudando a possibilidade de mudar para a Espanha e o México. Uma massa de trabalhadores brasileiros está perdendo os empregos. Só de empresas de emprego direto das construtoras já são mais de 500 mil empregos que nós perdemos, nos estaleiros, o pessoal que prestava serviço para a Petrobrás e tudo. Portanto nós vamos reagir, nós não vamos deixar destruir esse país e vamos ocupar palmo a palmo, as ruas. O nosso forte é as ruas, nós sempre ganhamos, nas ruas. É um direito não deixar destruir a democracia que é um patrimônio nosso. (SIC).”.
O blog conversou ainda com o distrital, Raimundo Ribeiro (PSDB), que questiona a reação petista em relação à polêmica em torno da condução coercitiva de Lula para prestar esclarecimentos à PF, alega criação de fato político sobre o assunto e critica a ação do PT no DF.
Para Ribeiro, a condução coercitiva é um procedimento previsto na Lei a ser utilizado quando o investigado deixa claro que não vai prestar depoimento. O deputado justifica a ação instituída pelo juiz Sérgio Moro, ao lembrar que o ex-presidente Lula, nos últimos dias vinha “adotando medidas perante as autoridades para não falar sobre isso.”.
“O magistrado utilizou essa faculdade legal para poder encaminhá-lo, mas usou de muita cautela dizendo que, em momento algum era para expor a imagem do ex-Presidente, não deixar fotografá-lo e a condução coercitiva, de fato, só aconteceria se houvesse necessidade naquele momento, o que não ocorreu, portanto, não houve condução coercitiva pois ele [Lula] foi tranquilamente.”.
Para Ribeiro há uma tentativa de se tentar criar um fato político no que se refere, apenas, a uma investigação criminal.
“A discussão não pode ficar nesses termos. Ninguém está discutindo ideologia, a discussão é que Lula, ex-presidente, acusado pelo MP [Ministério Público Federal], por chefiar uma quadrilha que está assaltando aos cofres públicos. Cabe a ele, apenas se defender. É só isso.”.
O Peessedebista chamou de irresponsável o agendamento de ato paralelo à manifestação nacional de momentos contrários à atual gestão petista.
“Prática do PT que sempre buscou ganhar as coisas no grito. Só que agora é uma minoria e estão desacreditados. Mas é uma irresponsabilidade suprema do ex-presidente da República e do deputado Chico Vigilante, tentar criar um confronto. Eu não recuarei, estive lá desde a primeira [manifestação] e no domingo, estarei lá novamente.”
Mobilizações
Em grupos de aplicativos mobile e em redes sociais, de um lado Vigilante divulga o ato público no próximo domingo. Do outro, Ribeiro, alerta para o clima de instabilidade que pode tomar conta do país.
“Diante das evidências de que chefia a maior organização criminosa do mundo e vendo que o Poder Judiciário, MP, Policia e os cidadãos de bem do Brasil não permitirão que essa roubalheira continue, Lulla e seus capangas, meliantes fantasiados de militantes, numa atitude desesperada jogam sua ultima cartada: Jogar o País numa guerra civil. Enquanto eles usam as armas de facínoras como a violência e a mentira, nós continuaremos usando a Lei, a ordem, o respeito as pessoas e o amor ao Brasil. O PT sempre usou a violência e intimidação para se impor. Não se deixe intimidar. No dia 13 venha prá esplanada defender o Brasil decente. Chega de roubalheira. Viva o Brasil”.
Segurança
Política Distrital entrou em contato com o GDF para tentar obter informações sobre as medidas de segurança que devem ser tomadas por parte do governo. Por meio de nota da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), o governo informou que “o planejamento da área de segurança pública do DF para o dia das manifestações segue o procedimento padrão, dimensionando o efetivo e tomando as medidas necessárias para garantir a segurança de todos.”.
para as mobilizações de domingo, porém, até a publicação da matéria, não obteve nenhum retorno.
Opinião
Econômica e socialmente o País deu, nos últimos meses, claras demonstrações de recuos temporais, de cinco, 10, 25 anos.
Pelo ‘andar da carruagem’, nada mais pertinente que a leitura do artigo publicado recentemente, do jornalista, Ricardo Callado, intitulado, A crise ganhou um novo componente. E ele veste farda e pilota tanques, que aborda a intervenção do Exército Brasileiro para acalmar os ânimos. Mas as perguntas que ficam são: Será que politicamente, embora em contextos diferentes, o Brasil está prestes a regredir? Será nas proporções de 2013 ou de 1964?
Atualização: 6/3/2016 às 21h08