Por Fernando Jordão
Após mais de 20 horas de debate, o Senado Federal aprovou por 55 votos a 22, nesta quinta-feira (12/5), a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Não houve nenhuma abstenção. Agora, a petista será afastada de suas funções por até 180 dias e o vice-presidente, Michel Temer, assumirá o Palácio do Planalto.
Após o resultado da votação, Renan informou que Dilma será notificada ainda nesta manhã da decisão do Senado. O senador Vicentinho (PR-TO), primeiro-secretário da Casa, fará a notificação pessoalmente.
Apesar do afastamento da presidente, o processo de impeachment ainda não foi concluído. Dilma terá até dez dias para apresentar sua defesa ao Senado. Na sequência, a matéria será analisada por uma comissão e, novamente, levada ao plenário da Casa.
O afastamento foi o mais recente ato de um processo que começou em 21 de outubro do ano passado, quando o pedido, assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, foi entregue à Câmara dos Deputados. A matéria tramitou na Casa por quase seis meses antes de ser aprovada pelo plenário, em 17 de abril e seguir para o Senado.
A mineira Dilma Vana Rousseff tornou-se a primeira mulher presidente do Brasil em 2010, sob indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem havia sido ministra de Minas e Energia e da Casa Civil. Em 2014, recebeu 51,4% dos votos válidos e foi reeleita, derrotando o senador peessedebista Aécio Neves.
Mesmo sem ter o nome envolvido nas investigações, a petista teve sua imagem manchada e a popularidade dizimada pela Operação Lava-Jato, que revelou o esquema de corrupção na Petrobras. Com a decisão do Congresso, Dilma torna-se a segunda presidente afastada do cargo antes de completar o mandato, desde a redemocratização do país.
Fonte: Correio Braziliense