Por Karinne Viana
Parte do cronograma da 6ª edição da Feira de Soluções para a Saúde, o minicurso sobre Georreferenciamento na Saúde Pública desta terça-feira (28) abordou características do Sistema de Informação Geográfica (SIG). Os participantes puderam explorar a ferramenta e verificar sua capacidade em auxiliar processos de monitoramento de eventos epidemiológicos.
O analista de ciência de dados e consultor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Carlos Becker, destacou a importância do sistema para facilitar o trabalho de gestores e a consulta do próprio cidadão que usufrui dos serviços da Secretaria de Saúde [SES-DF]. “Os gestores, por exemplo, conseguem, por meio de indicadores e informações de mapas, ter uma visão macro do Distrito Federal e, assim decidir qual área precisa de mais atenção”, detalhou.
Durante o curso, os profissionais presentes conheceram as diferentes formas de aplicação do sistema e sua implementação na SES-DF. Segundo Becker, o principal desafio é a aquisição do domínio. “Para utilizar ferramentas autorais, é cobrado um valor expressivo, sendo que é possível fazer de forma gratuita. Essa abordagem já foi concretizada com sucesso na pasta, onde equipes usam programas com software livre e código aberto”, explicou. Dessa forma, a SES-DF consegue dominar a tecnologia, sem ficar refém de uma empresa. “Ao mesmo tempo, temos esse conhecimento para compartilhar com outras pessoas”, complementou.
Para a chefe da Assessoria de Planejamento em Saúde da Região Oeste, Lídia Rosa, participante do minicurso, esse tipo de palestra auxilia na identificação de ferramentas que facilitem a rotina de trabalho. “Atuo na área de planejamento e acredito que vamos conseguir implementar algumas ideias para otimizar os recursos que temos hoje”, afirmou.
Já a enfermeira do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Imunização Renata Michelle Cassimiro acredita que a feira e seus cursos trazem oportunidades de reunir pessoas de diversas áreas e instituições. “Podemos mostrar nosso trabalho, compartilhar experiências e agregar parceiros”, avaliou.
É o caso do residente em Gestão de Políticas Públicas para a Saúde Misael Júnior Magalhães. Juntamente com a sua equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) 17 de Ceilândia, ele apresentou um projeto desenvolvido para mapear a dengue no território atendido pelos profissionais. “A unidade oferece assistência ao Pôr do Sol e à uma parte do P Sul. São áreas vulneráveis que, no ano passado, tiveram uma das maiores concentrações de casos da doença no DF”, explicou. Diante do cenário, a equipe da UBS uniu esforços para criar um método de mapeamento dessas ocorrências, relacionando-as às características territoriais. Na inciativa, os profissionais se familiarizaram com o SIG e puderam obter uma análise detalhada da área, suas especificidades e como os casos de dengue se manifestaram nessas localidades.
Apresentado no primeiro dia da feira (27), o projeto da UBS 17 está concorrendo ao prêmio de transformação digital. O trabalho realizado pela equipe da unidade está disponível para visualização em um dos totens espalhados pelo evento.
Foco em soluções
Pela primeira vez, a capital federal sedia a 6ª edição da Feira de Soluções para a Saúde realizado SES-DF e pela Fiocruz Brasília, com patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). Até quarta-feira (29), o evento reúne especialistas e entusiastas da área de saúde com o objetivo de disseminar e incentivar possibilidades que inspirem ou auxiliem no enfrentamento de crises sanitárias apresentadas neste século.
Com o tema “Transformação Digital na Saúde”, a feira traz um portfólio de ideias já colocadas em prática ou em desenvolvimento que abordam temas como educação, ciência e tecnologia abertas, arboviroses, hanseníase, tuberculose, HIV/Aids, pesquisa clínica, judicialização da saúde, cuidado com a gestante e registro das ações dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).