Por Humberto Leite
Quais vacinas preciso tomar para viajar para a Tailândia? Meus medicamentos de uso contínuo são permitidos na África do Sul? Preciso ter algum cuidado especial para evitar doenças em Honduras? Como garantir o bem-estar em uma longa viagem aérea até a Coreia do Sul? Há serviço de saúde pública na Finlândia? Essas e outras informações são prestadas no Ambulatório do Viajante, um serviço da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) que funciona no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
O local atende – por agendamento – desde quem vai fazer turismo até aqueles com mudança definitiva para qualquer lugar no exterior. Também oferece orientações para quem vai à região amazônica, aqui mesmo no Brasil.
Buscar o auxílio antes de viajar é uma precaução importante para quem quer evitar problemas de saúde. É esta a opinião do servidor público Marcelino Santos. Aos 64 anos, o funcionário do Ministério das Relações Exteriores se prepara para mais uma mudança, dessa vez para a Nigéria. “Doenças erradicadas aqui podem ainda existir em outros países. Sempre é muito importante também tomar as vacinas necessárias”, aconselha.
Foi o caso da advogada Amanda Pereira, de 29 anos, e do empresário Diego Amin, de 33. O casal procurou o Ambulatório do Viajante antes de uma viagem para a Europa e recebeu a instrução de atualizar a caderneta de vacinação, sendo atendidos no próprio Hran. “Estamos muito empolgados e não podíamos deixar de passar aqui para nos conscientizar sobre todas as preocupações que temos de ter na hora de viajar”, diz Amanda.
O responsável pelo atendimento é o médico Fernando Oliveira de Moraes. A rotina do profissional é marcada pela leitura de boletins epidemiológicos e alertas emitidos tanto por instituições nacionais, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde, quanto internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças do governo dos Estados Unidos. “O propósito é evitar que as pessoas adoeçam e, se adoecerem, saibam como lidar. Vai além da vacinação. Há medidas que evitam muitos problemas evitáveis”, explica.
Ao fim da consulta, cada viajante sai com indicações de vacinas para tomar, orientações sobre medicação e conselhos sobre o cenário epidemiológico no destino. Questões burocráticas também são tratadas. É possível conhecer como funciona o sistema de saúde de um país, se informar sobre documentos exigidos e ser orientado sobre o certificado internacional de vacinação. Por conta das múltiplas demandas, o indicado é se consultar no Ambulatório pelo menos 30 dias antes da partida ao destino.
A viagem em si também é foco do trabalho preventivo. “É importante saber se cuidar no avião. Em uma viagem longa, há um risco aumentado para trombose, por exemplo”, aponta o médico. Ele aconselha se hidratar ao longo do voo e evitar o consumo excessivo de café, chás e bebidas alcoólicas, além de fazer exercícios leves e específicos no corredor da aeronave. Devido ao risco de tromboses, há um cuidado especial para pessoas com membros imobilizados, pacientes em tratamento contra o câncer, obesos e mulheres que fazem reposição hormonal. O médico avalia a necessidade de medicações ou do uso de meias compressivas para um voo longo.
Agendamento
O atendimento no Ambulatório do Viajante pode até impedir o dissabor de ser barrado na entrada em outro país. Por esse motivo, o local é cada vez mais procurado por profissionais com compromissos no exterior. “Políticos, diplomatas, oficiais do exército em missão, entre outras pessoas que vão sair do país a trabalho são nosso principal público”, conta o enfermeiro Thallys Andrelino Silva. Estudantes de intercâmbio, atletas, artistas e missionários também são presença recorrente.
Para marcar uma consulta, é necessário agendar pelo telefone (61) 3449-4733 ou pelo e-mail [email protected].