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22 nov 2024 00:32


Na mira do STF: investigado a pedido da PGR deputado Carlos Jordy é alvo de busca e apreensão da PF

PGR e STF apontam que Carlos Jordy orientou CVC, líder extremista sobre “parar tudo”, para realização de bloqueio de estradas, em novembro de 2022, após Bolsonaro perder eleições para Lula. Deputado nega existência de mensagens

Por Kleber Karpov

Por “forte ligação” o com suplente de vereador da assembleia de Campos dos Goytacazes (RJ), conhecido por CVC, líder de extrema direita e preso por participação nos atos antidemocráticos bolsonaristas do 8 de janeiro de 2023, o deputado federal Carlos Jordy (PL/RJ), se tornou alvo de busca e apreensão por parte da Polícia Federal (PF). A ação ocorreu nesta quinta-feira (18/Jan), por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em decorrência de tais apontamentos e parecer favorável à investigação do parlamentar, por parte da  Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Foi apurado no curso da investigação, quando da análise das mídias, de dados obtidos nas contas de e-mail ou em fontes abertas, que Carlos Victor de Carvalho possui fortes ligações com o deputado federal Carlos Jordy, que transpassa o vínculo político, vindo a denotar-se que o parlamentar, além de orientar, tinha o poder de ordenar movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”, diz Moraes.

Informações essas, extraídas a partir de diálogos entre Jordy e CVC, por meio de mensagens de celular, em que o líder bolsonarista pede orientações e autorizações a Jordy para organizar atos antidemocráticos motivados por insatisfação com o resultado das Eleições Gerais de 2022 em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente ao derrotar o antecessor Jair Bolsonaro (PL).

Da cidade fluminense, CVC foi responsável por administrar, por exemplo, 15 grupos, em redes sociais, frequentadas por outros extremistas. De acordo com as investigações, dentre as orientações sobre “parar tudo”, dadas por Jordy estava o bloqueio de estradas, em novembro de 2022.

Operação Lesa Pátria

A ação da PF, executou a 24ª fase da Operação Lesa Pátria. Isso, com foco em identificar mentores intelectuais e responsáveis por planejar, financiar e incitar os atos antidemocráticos que culminaram na tentativa frustrada de golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023. De acordo com a PF, as investigações apuram eventuais práticas de crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.

Busca e apreensão

A PF esteve na residência e no gabinete de Jordy na Câmara dos Deputados. Além da apreensão de documentos e objetos, Moraes autorizou o acesso da PF a aparelhos eletrônicos do parlamentar, bem como a apreensão de armas e munições porventura encontrados nos endereços de Jordy.

O que diz Jordy?

Da sede da PF, onde prestou depoimento, Jordy negou a existência de mensagens que o incriminem em relação ao 8 de janeiro. “Não tem nada que possa me incriminar em relação ao 8 de janeiro. Vocês nunca vão encontrar nenhuma mensagem”, disse ele a jornalistas.

Em vídeo publicado mais cedo em suas redes sociais, Jordy disse que a busca contra ele é “medida autoritária e sem fundamento, que visa a perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”.

“É inacreditável. Esse mandado de busca e apreensão que foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes é a verdadeira constatação de que estamos vivendo em uma ditadura. Em momento algum do 8 de janeiro eu incitei ou falei para as pessoas que aquilo era correto. Nunca apoiei nenhum tipo de ato, embora as pessoas tivessem todo o direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito”, declarou.

 

 

 

 

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