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22 nov 2024 02:51


Observadores independentes, garantia de eleições limpas

Por Pedro Paulo Rezende

A participação da Organização dos Estados Americanos (OEA) como observadora eleitoral foi decisiva para o golpe de Estado de 2019, na Bolívia. O presidente Evo Morales, candidato do Movimento para o Socialismo (MAS, na sigla em espanhol), conseguiu se reeleger, o que gerou uma forte reação dos opositores neoliberais, centrados no Departamento de Santa Cruz de La Sierra. O presidente da entidade internacional, Luis Almagro, em lugar de anunciar imediatamente o parecer da comissão que fiscalizou o pleito, postergou o relatório. Foi o que bastou para que surgissem boatos de fraudes e a parte derrotada mobilizasse seus militantes.

Os líderes militares forçaram Morales e seu vice, Alvaro Liñera, a sair do país e a senadora Jeanine Áñez se autoproclamou presidente sem se submeter à aprovação do Congresso. Obviamente, seu governo foi reconhecido imediatamente pelos Estados Unidos. Tempos depois, ao ser provocado no Twitter sobre seu envolvimento no financiamento do golpe na Bolívia, rica em lítio (material necessário para baterias usadas em automóveis elétricos), o empresário Elon Musk confirmou:

— Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso.

Com o golpe consolidado, a OEA divulgou seu parecer: as eleições foram limpas, mas a candidatura de Morales não era legítima. O Centre Carter, organização não-governamental que, entre outras atividades, fiscaliza eleições de maneira independente, anunciou seu relatório logo depois do pleito confirmou que não houve fraudes, o que mostra que observadores internacionais independentes são mais confiáveis. Infelizmente, 38 pessoas ligadas ao MAS  foram assassinadas (segundo investigação da OEA, fontes locais apontam para mais de 100, com 400 feridos). (Leia mais aqui)

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