Por Josiane Borges
O jovem Alan de Jesus Santos, de 17 anos, mal pode esperar para atingir a maioridade e obter a carteira de motorista. Estudante do Centro de Ensino Médio (CEM) 1 de Planaltina, Alan faz parte do programa Detran nas Escolas e, ao longo do ano, participa do processo teórico para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O projeto, desenvolvido pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran) em parceria com a Secretaria de Educação, está presente em 13 escolas da rede pública neste ano, atendendo em média 400 alunos dos 2º e 3º anos do ensino médio integrado. Em cada unidade de ensino, é formada uma turma com uma média de 20 a 30 estudantes.
“O projeto tem me preparado bastante, pois eu tinha muitas dúvidas em relação ao trânsito em geral, como legislação e placas, por exemplo. Acredito que as aulas aqui na escola vão me ajudar a ser um motorista melhor. Estou me dedicando para isso e juntando dinheiro para as aulas práticas”, relata o aluno.
Formar motoristas melhores e mais conscientes é um dos principais objetivos do programa. Paula Nunan, diretora de Educação de Trânsito do Detran-DF, enfatiza que a iniciativa é uma oportunidade para os jovens que estão concluindo o ensino médio aprenderem toda a parte teórica do processo de obtenção da carteira de habilitação. “Também é uma oportunidade para o Detran levar a educação de trânsito para dentro das escolas, preparando um condutor mais consciente para o futuro”, disse.
Aprendizado e economia
Iniciado em 2019, o programa é resultado da resolução nº 265 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Dentro do conteúdo programático, os alunos participam de aulas sobre noções de cidadania, proteção e respeito ao meio ambiente, convívio social no trânsito, direção defensiva para veículos de duas ou mais rodas, noções de primeiros socorros, legislação de trânsito e mecânica.
A aluna Clara de Sousa Ramalho, de 17 anos, destaca que a didática dos projetos da escola de trânsito do Detran tem feito a diferença nas aulas. “Apesar de ser teoria, temos aulas interessantes, como as de primeiros-socorros, por exemplo. Além disso, estamos em um ambiente escolar e tudo fica mais dinâmico; fazemos provas e simulados, o que acredito que facilitará na hora do exame”, disse a jovem.
O instrutor de trânsito do Detran, Gustavo Henrique Cattini, faz uma avaliação do programa e afirma que “temos um bom índice de aprovação na prova teórica. Os alunos participam e se envolvem com os conteúdos; tem sido uma parceria frutífera para a formação de bons motoristas, que terão uma melhor consciência de trânsito e mobilidade em um ambiente mais interativo”, destaca.
As aulas na escola também resultam em economia para as famílias, pois após o processo teórico, o aluno pode iniciar diretamente o processo no Detran, fazer a parte clínica, pular a etapa teórica e já acessar a prova escrita. Nesse processo todo, há uma redução de valor em torno de R$ 700, o preço médio das aulas teóricas em autoescolas. Depois, só é preciso fazer a parte prática para obter a carteira de motorista.