Por Kleber Karpov
Um vídeo viralizou na internet, neste sábado (08/Jun), após o registro da emoção de Helvécio Ribeiro, 38 anos, preso por dois anos, sem condenação, acusado de homicídio duplamente qualificado. Inocentado por uma juíza, ao receber o veredito, Ribeiro não conteve o choro ao se ver livre do sistema prisional do município de Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
“O Conselho decidiu absolver, pode ficar tranquilo que foi absolvido por negativa de autoria, e eu não vou ler sentença, só vou resumir, então o senhor foi absolvido eu vou expedir hoje um alvará de soltura, o senhor vai chegar, não sei se consegue ser solto hoje, ou se vai ser solto amanhã”, disse a juíza ao declarar a absolvição de Ribeiro, que disparou em pranto.
Há dois anos
De acordo com a advogada Isabela Cardoso, que conversou com PDNews, Ribeiro acabou preso por tentar separar uma briga e acabou por ser empurrado, caiu dentro de um rio, em uma área profunda, e ao retornar ao local, a vítima de homicídio já estava morta.
“A época ele [Ribeiro] tinha 36 anos, e ele foi acusado com outras quatro pessoas, por ter participado de homicídio duplamente qualificado. O cenário foi de uma briga generalizada e o cliente que defendemos, o Helvécio, estava separando uma briga, inclusive a vítima que era usuária de drogas e álcool, chegou a empurrar ele que caiu dentro de um rio, era uma parte mais profunda de onde eles estavam e as outras pessoas haviam acabado ceifando a vida dessa vítima.”, disse Isabela Cardoso.
Ainda de acordo com a advogada, Ribeiro, faxineiro em um hospital à época da prisão, perdeu o emprego, além de sofreu “muito” na unidade prisional. Tanto por conta da degradação do ambiente quanto por sofrer agressões dentro do sistema prisional.
“Ele sofreu muito no presídio, tanto que quando o dr. Yuri [Ventura] que também está no vídeo, na atuação desse caso, conversava com ele [Ribeiro] que sempre chorava porque no presídio eram celas superlotadas, situação degradante, comida sempre ruim, agressões dentro da unidade prisional, que são bastante comuns. Então isso acabou gerando muitos traumas. Ele perdeu o emprego também. E agora a vida dele segue, já conseguiu um novo trabalho e tem se recuperado desses dois anos que passou preso indevidamente.”, explicou a advogada.
Alta Complexidade
Isabela Cardoso explicou se tratar de um caso de alta complexidade, pois embora Ribeiro estivesse no local, não era parte da briga e no momento do assassinato, não estava próximo a vítima, morta por pedradas por outras quatro pessoas.
“Era um caso muito complexo pois ele estava preso há dois anos, outras duas pessoas foram condenadas, então o Ministério Público que é a acusação, o promotor acaba jogando isso contra a pessoa. Foi um crime que ocorreu de forma muito complicada e isso era colocada de forma negativa contra ele. Nossa estrarégia foi mostrar que apesar que ele estar no local, não teve envolvimento na conduta, nas práticas que resultaram na morte da vítima. Nosso papel era separar o Helvécio dos demais que estavam sendo apontados como autores do crime e, principalmente, demonstrar que no exato momento da morte, o Helvécio saía desse rio, por onde ele foi arremessado pela vítima.”, explicou Isabela Cardoso.