O auditório da Diretoria de Inovação de Ensino e Pesquisa (Diep), localizado no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), recebeu, no dia 20 de agosto, a segunda edição do Curso de Determinação de Morte Encefálica. O objetivo foi capacitar médicos residentes do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) e da Secretaria de Saúde (SES-DF) para realizar a determinação de morte encefálica de acordo com as diretrizes clínicas e protocolos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, assegurando a precisão diagnóstica e segurança dos pacientes, e otimizando o processo de doação de órgãos e tecidos.
A iniciativa foi da Central Estadual de Transplante (CET), em parceria com o Núcleo de Organização de Procura de Órgãos (Nopo) e a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), além da Diep do IgesDF.
“Para que o processo de doação e transplante de órgãos ocorra, o médico assistente deve ser capacitado para iniciar o protocolo com a identificação e notificação do paciente suspeito de morte encefálica”, explica a organizadora do curso e chefe do Nopo, médica intensivista Adriana Cavalcante.
Com o aumento de profissionais capacitados para a determinação de morte encefálica, espera-se identificar mais possíveis doadores de órgãos e, consequentemente, aumentar a realização de transplantes no DF
A intenção é realizar o treinamento ao menos uma vez por mês. “Nosso objetivo é capacitar o maior número possível de médicos do DF na determinação de morte encefálica”, detalha Adriana.
O turno da manhã foi dedicado à parte teórica do curso. Já no período da tarde, ocorreu a parte prática, no Centro de Simulação Realística da Diep, que incluiu treinamento com exame físico no manequim simulador.
O conteúdo do curso baseou-se na resolução do CFM nº 2.173, de 23 de novembro de 2017, que define os critérios para o diagnóstico de morte encefálica. “São considerados capacitados médicos com no mínimo um ano de experiência no atendimento de pacientes em coma, que tenham acompanhado ou realizado pelo menos dez determinações de morte encefálica ou completado treinamento específico conforme as normas do Conselho Federal de Medicina”, detalha Adriana.
O médico Emilte Pulcinell, preceptor em residência médica na Unidade de Neurocirurgia do HBDF, destacou a importância da simulação realizada à tarde. “Temos um momento específico do curso focado no preenchimento da ficha do Termo de Morte Encefálica, que deve ser preenchida corretamente devido à carga ética, familiar e legal que o documento possui. É um exame bem elaborado, realizado por três examinadores.”
Com o aumento de profissionais capacitados para a determinação de morte encefálica, espera-se identificar mais possíveis doadores de órgãos e, consequentemente, aumentar a realização de transplantes no DF. “A expectativa é de termos um número maior de médicos capacitados e conscientizados quanto ao processo de doação de órgãos”, afirma Adriana.
Lucas Gusmão, médico do HBDF, participou do curso e considerou a experiência muito esclarecedora. “Já possuímos uma vivência, mas aqui estamos com profissionais do DF capacitados para validar a morte encefálica. Tirar dúvidas diretamente com a fonte ajuda a aprimorar o conhecimento”, declarou.
“A oportunidade de realizar esse curso é fantástica porque é importante que o médico esteja sempre atualizando seu conhecimento. O Hospital de Base proporcionar isso aos colaboradores é excelente, pois incentiva o nosso aperfeiçoamento e estudo”, concluiu Lucas.