Por Kleber Karpov
O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), comentou, na quarta-feira (28/Ago), a investigação da Polícia Civil do DF (PCDF), em conjunto com a promotoria do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), deflagrarem a ‘Operação Escudero’, para investigar possível esquema de corrupção que liga os gestores e a empresa Salutar, no fornecimento de alimentação hospitalar às unidades de saúde sob gestão do IGESDF. Rocha apontou que as instituições estão a atuar institucionalmente, além de contar com a celeridade das investigações e punição a eventuais culpados.
“A polícia está fazendo seu trabalho, o Ministério Público também vai fazer o dele”, disse Rocha ao ponderar que “Esperamos que eles possam fazer uma investigação o mais rápido possível e que aqueles que tiverem culpa, se tiverem, sejam punidos”, disse Rocha, ao ser questionado, na cerimônia de divulgação dos 78 novos ônibus a serem integrados, nos próximos dias, à frota do transporte público do DF.
Investigação
A investigação da PCDF, iniciada em abril de 2023, aponta elementos de um possível esquema de corrupção que liga os gestores do IGESDF com a empresa Salutar, fornecedora de alimentação hospitalar a pacientes nas 16 unidades de saúde sob gestão do IGESDF.
“No curso da investigação, foram observados vários elementos de que o serviço é prestado de forma precária, dada a falta de insumos, atrasos nas entregas e carência de equipamentos adequados à produção de alimentos, ocasionando diversos transtornos ao plano nutricional dos enfermos, dificultando, assim, a plena recuperação dos pacientes.”, aponta a PCDF.
Ainda de acordo com a PCDF, “As diligências apontaram fortes evidências que indicam o direcionamento contratual, favorecimento indevido da empresa prestadora do serviço, que, mesmo diante das inúmeras falhas verificadas, teve o contrato renovado e seus pedidos de aumento dos valores repassados pelo IGESDF atendidos.”. Isso, em decorrência de “sólidos indícios de que esse alinhamento entre os empresários e gestores do IGESDF”, que se de “por conta de recebimentos de vantagens indevidas, a título de propina, para servidores públicos”.
Os mandados de busca e apreensão em cumprimento ocorrem em endereços vinculados ao núcleo empresarial da empresa prestadora dos serviços e a servidores do IGESDF, além da própria sede do Instituto. As diligências foram realizadas no Distrito Federal e em Goiânia/GO e Macapá/AP. A operação envolveu cerca de cem policiais do Departamento de Combate à Corrupção da Polícia Civil do Distrito Federal (DECOR/PCDF), com apoio operacional, na deflagração, de policiais lotados no Departamento de Polícia Especializada (DPE), bem como da Polícia Civil do Amapá e da Polícia Civil de Goiás.
De acordo com a PCDF, os suspeitos podem responder pelos crimes de corrupção passiva (art. 317 do CPB), corrupção ativa (art. 333 do CPB), organização criminosa (art. 2º da Lei 12.850/13) e lavagem de capitais (art. 1° da Lei 9613/98), e caso condenados podem pegar até 30 (trinta) anos de prisão.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.