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SindSaúde-DF volta a tentar manipular servidores da carreira GAPS? Categoria reage com abaixo-assinado

Por Kleber Karpov

A participação da presidente interina do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde de Brasília (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, em reunião de representantes da categoria da carreira de Gestão e Assistência Pública à Saúde do Distrito Federal (GAPS), com a secretária de Estado de Saúde do DF (SES-DF)(20/Set), Lucilene Florêncio chamou atenção. Em uma aparição considerada ‘nonsense’, a sindicalista deixou de participar presencialmente na reunião e, por videoconferência propôs reajuste salarial com valor abaixo do reivindicado pela categoria, na pauta de reivindicações.

De 27% para 15%

O caso chama atenção pois embora a reivindicação da categoria GAPS, apresentada à SES-DF e a Economia, por parte do Movimento Unificado seja de reajuste salarial de 27%, Marli Rodrigues, apresentou um percentual de apenas 15%, logo, abaixo do reivindicado.

“15% para a nossa categoria, para a categoria do SindSaúde, para momento eu acho uma boa negociação. Não vamos aqui ser hipócritas de achar que é que nós temos condições de puxar esse movimento um pouco mais para frente e sair de forma diferente dos demais companheiros técnicos. Embora os GAPS não tenham, muitos deles, outros ganhos como insalubridade e outras coisas mais, mas nós podemos, também correr atrás para que tenham, entende? Mas eu acho que os 15% e a diminuição dos padrões de 25 para 18 é razoável e dá para defende. E o SindSaúde defende.”, disse Marli Rodrigues.

Uai Marli Rodrigues?

Vale lembrar que nos dias 2 e 3 de setembro, o SindSaúde-DF, publicou duas reportagens, ainda mantidas no site da entidade. A primeira intitulada ‘Secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio encaminha proposta de reestruturação de carreira à Secretaria de Economia‘ (Veja aqui), questionada por PDNews (Veja Aqui), conforme esclarecimento da Assessoria de Comunicação da SES-DF, se tratava de uma tentativa de manipular a categoria GAPS, ao usar processo SEI do Movimento Unificado de reestruturação da carreira para tentar comprometer Secretária de Saúde.

Na matéria em questão, a proposta do Movimento Unificado que o Sindicato tentou passar como proposta de Lucilene Florêncio, o reajuste pedido era de 27%, além da diminuição de padrão de 25 para 18 anos, além de Gratificação por Incentivo à Atividade Estratégica em Saúde (GIAES), no valor de R$ 2 mil para servidores com carga horária de 40 horas semanais, e de R$ 1 mil para aqueles com 20 horas semanais. ‘Proposta’ essa que para o SindSaúde-DF “visa atender demandas históricas dos servidores; SindSaúde mantém indicativo de greve e convoca assembleia para avaliar os próximos passos.”.

Reprodução: SindSaúde-DF, disponível em https://sindsaude.org.br/noticias/sindsaude-df/secretaria-de-saude-do-df-lucilene-florencio-encaminha-proposta-de-reestruturacao-de-carreira-a-secretaria-de-economia/

Na segunda, o sindicato volta ‘ratificar’ o envio da proposta, mas dessa vez baseado em reportagem do GPS Brasília. Algo que para o SindSaúde-DF, a “Proposta beneficiará mais de 18 mil servidores, com alterações nos cargos e criação de gratificação“.

Reprodução: SindSaúde-DF

E a gratificação?

Estranhamente, a sindicalista, tentar manipular a categoria, resolveu ‘recuar’ e baixar o percentual reivindicado. Com um agravante pois além da redução dos percentuais, na videoconferência durante a reunião, Marli Rodrigues mencionou apenas a redução dos padrões de 25 anos para 18 anos, sem fazer referência à GIAES, no valor de R$ 2 mil para servidores com carga horária de 40 horas semanais, e de R$ 1 mil para aqueles com 20 horas semanais.

Porém, ao se justificar para a categoria, por meio das redes sociais, o SindSaúde-DF, trouxe outro cenário, sob a ótica das pautas colocadas na mesa da SES-DF. “Caso o reajuste de 15%, mais 2 mil de gratificação sejam aprovados, mais a redução de 25 para 18, para esse ano, já será uma conquista significativa.”, aponta o SindSaúde-DF.

Mensagem do SindSaúde-DF nas redes sociais.- Foto: Instagram

Na mensagem em questão, não menos estranho foi o SindSaúde-DF sugerir haver “dificuldades nas negociações com o governo”, de um processo que havia praticamente acabado de começar, fosse com a reunião com a chefe de gabinete da secretária Executiva da Secretaria de Estado de Economia do DF (Economia)(19/Set), ou com a secretária de Saúde, na manhã do dia seguinte (20/Set).

Mensagem do diretor do SindSaúde-DF, Rodrigo Conde a servidor da categoria GAPS – Imagem Cedida ao PDNews

Não menos estranho é, em grupos do Whatsapp, é o diretor criminoso do SindSaúde-DF, Rodrigo Conde, estar a tentar convencer a categoria GAPS que querem realizar greve, porém, “o movimento não quer greve por medo”, algo que segundo o diretor do sindicato, “isso enfraquece”.

Abaixo-assinado

O fato concreto é que a possível manobra por parte do SindSaúde-DF em relação à categoria GAPs, sem entrar mérito de viabilidade financeira para eventualmente se conceder o reajuste pedido pela Movimento Unificado, em processo de negociação, acabou por repercutir na reação direta da categoria ligada ao sindicato.

Uma das reações da categoria GAPS foi a publicação de uma petição eletrônica, intitulada ‘Repúdio ao posicionamento do SindSaúde na reunião do dia 20/09/2024‘, atualmente com 1.074 assinatura coletadas.

Sem apoio da categoria GAPS

O caso acima reitera a tentativa da direção do SindSaúde-DF sobreviver a falta de descrédito, em especial em relação à categoria GAPS e chama atenção por alguns aspectos, um deles que a sindicalista, sabe que não conta com apoio da categoria, além de dividir parte da categoria GAPS com os sindicatos dos Técnicos e Tecnólogos e Auxiliares em Radiologia do Distrito Federal (SINTTAR/DF) e dos Trabalhadores Técnicos e Auxiliares em Saúde Bucal do DF (SINTTASB-DF).

Casos esses devidamente comprovados, de um lado, com tentativas frustradas do SindSaúde-DF realizar assembleias, sem capacidade de compor quórum deliberativo. Do outro, as realizadas pelo Sinttar-DF e Sinttasb-DF, juntamente com a Associação dos Servidores Públicos da  Saúde do  DF (ASPSES-DF) que compõem o Movimento Unificado pela Valorização da GAPS que, por duas vezes lotaram o auditório da Câmara Legislativa do DF (CLDF). Mesmo com tentativas frustradas atribuídas a membros do SindSaude-DF de sabotar a última mobilização da categoria, caso esse sob investigação da Polícia Civil do DF (PCDF).

O movimento unificado, convocou e qualificou ainda, quantitativamente, a assembleia do SindSaúde-DF, de 5 de setembro, e ainda, a mobilização de sexta-feira (21/set), que culminou com a prisão de Marli Rodrigues por parte da Polícia Militar do DF (PMDF), por descumprir regras estabelecidas em mobilizações em áreas públicas do DF. Muito embora, representantes do sindicato, e dos membros que compõem o Movimento Unificado, participaram, de reunião com a chefe de gabinete da secretária Executiva da Secretaria de Estado de Economia do DF (Economia).

Proposta do Movimento Unificado

Iniciativas do SindSaúde-DF, a parte, em negociação do Movimento Unificado, segundo membros que conversaram com PDNews, concretamente, por parte do governo, a única garantia, até o momento, definido pela secretária de Saúde é a redução de referências, de 25 para 18 anos. Em relação ao reajuste, o movimento defende um reajuste entre 24% e 21%, de acordo com disponibilidade de fonte de custeio, além da GIAES.

Fake News

Matéria circula por sites em que sugerem haver “fontes palacianas” sobre um suposto recuo do governo em relação a negociação da carreira GAPS, isso por eventual participação da ex-Subsecretária de Gestão de Pessoas (SUGEP) da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Silene Almeida. Isso por supostamente atrapalhar as negociações com o governo. Informação essa, que aparentemente, não tem sustentação factível.

Ao PDNews, a secretária de Saúde afirmou que a única diretriz da pasta em relação à negociação foi “entregar o processo dos 27% corrigidos cálculos como foi pedido e reenviado à Economia”. A secretária foi categórica ao afirmar que o percentual em negociação no momento, “oficial” é de 27%.

No entanto, Luciele Florêncio fez questão de ressalvar que “Esses 27% não há sinalização nenhuma. E nenhuma tratativa para outras categorias.”.

Em tempo

Ao propagador de fake news, sobre sugerir afronta ao governo em referência a um percentual menor de um processo de negociação, isso faz PDNews recordar um evento recente, com gastos de milhares de reais, estampado em um painel do Metrópoles, em um painel de uma fachada predial. Uma campanha mediática, antes mesmo de o GDF fazer a proposta oficial.

Isso, sem levar em consideração, o ‘pós-prisão’ que, segundo fontes de PDNews, irritou bastante o chefe do Executivo local. Além da cena grotesca de afrontar a PMDF e ainda publicar vídeo, no final do dia, com a sugestão de haver “falta de governo”.

Sinal de alerta

Um alerta, importante, conforme abordado por PDNews, de posicionamento de Lucilene Florêncio, à direção do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF), em relação à greve é que “Categoria parada, interrompe diálogo.”.

Posição essa que levou a entidade sindical a suspender a paralização para tentar avançar nas negociações com o governo.

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