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22 nov 2024 04:38


Suspensório inova tratamento fisioterapêutico infantil na rede pública do DF

Instrumento foi produzido por estudantes universitários e é fundamental para trabalhar a mobilidade e o equilíbrio de crianças

O Ambulatório de Saúde Funcional de Sobradinho recebeu um suspensório produzido por alunos do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos (Uniceplac) para tratamento fisioterapêutico pediátrico. O instrumento foi desenvolvido para trabalhar a locomoção e o equilíbrio em crianças que possuem algum desafio para os movimentos.

Maitê Garcia foi uma das primeiras crianças a usar o suspensório e os resultados foram positivos: em poucos dias, conseguiu dar os primeiros passos sem apoio | Fotos: Ualisson Noronha/Agência Saúde DF

A pequena Maitê Garcia, 2 anos, foi uma das primeiras crianças a utilizar o novo suspensório. Ela nasceu com a síndrome de Dandy-Walker, condição que causa má formação no cérebro e prejudica o sistema motor. Em acompanhamento fisioterapêutico na unidade desde o nascimento, a evolução foi expressiva após o teste com a ferramenta.

“Ela andava com apoio, mas quando soltava as mãos para andar sozinha, tinha medo por conta das quedas. Então, testamos o suspensório com a Maitê, porque o instrumento dá maior segurança à criança. Dias depois, a mãe me mandou um vídeo em que a bebê conseguiu andar sozinha em casa, sem se apoiar”, explicou a fisioterapeuta pediátrica, Vanessa Fialho.

Para Marcia Garcia, cada evolução da filha Maitê é uma grande vitória: “A gente pensava que ela nem ia engatinhar”

Para a mãe de Maitê, Marcia Garcia, 40 anos, cada evolução no sistema motor na filha é uma grande vitória e todo o tratamento teve papel fundamental. “A fisioterapia foi um divisor de águas, porque foi o que a ajudou a se desenvolver. Ajudou a engatinhar, o que a gente pensava que ela nem chegaria a fazer. Ela tinha a mão esquerda fechada, não abria, aí conseguiu abrir, conseguiu se desenvolver”, contou.

A integração com a faculdade foi realizada por outra fisioterapeuta da unidade, Thaís Gontijo. De acordo com a profissional, a iniciativa uniu as necessidades de ambas as instituições e, além disso, auxiliou no trabalho dos próprios profissionais no ambulatório. “Nós já usávamos o guincho com o suspensório para adultos. Então, a ideia surgiu de criar um suspensório para as crianças da comunidade. Tentamos sempre estimular a marcha, o mais multidirecional possível, e o suspensório promove isso”, detalhou a profissional.

Trabalho desenvolvido por alunos

O suspensório adaptado para crianças foi totalmente desenvolvido pelo grupo de alunos – Ana Clara Santos, Lilian Alves, Ana Luiza Lima, Vinicius Harrison, Paulo Eduardo Nunes e Carine Fonseca – na Uniceplac, que elaboraram o projeto e encomendaram a produção.

“Os estudantes desenvolveram o dispositivo para ajudar as crianças a andarem. Qual criança não gosta de correr e de andar? Conseguiram um dispositivo que deu funcionalidade e autonomia, ainda promovendo uma alegria sem fim para a família”, explicou a professora da universidade, Diana Pacheco.

Para a integrante do grupo de alunos, Lilian Alves, 30 anos, a sensação é de gratificação pelos resultados, especialmente após os desafios enfrentados: “Foi uma aventura achar uma costureira que conseguisse fazer um material tão específico, mas quando ouvimos hoje o relato de que a criança está funcional e consegue andar, é tudo muito gratificante”.

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