Por Francisco Dutra
Falta mais de R$ 1 bilhão para o GDF fechar as contas de 2016. O preocupante deficit foi anunciado pelo chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio. Justamente pelo argumento de falta de recursos, o governo enfrenta três grandes greves, mobilizadas por servidores da Polícia Civil, Metrô e Caesb. Em outubro, 32 categorias aguardam um reajuste coletivo prometido no final de 2015. Neste cenário, o Palácio do Buriti mantém a promessa. Mas, pela primeira vez, cogita propor o parcelamento da recomposição.
“Na semana passada, ficamos aqui até 2h da manhã vendo todas as fontes possíveis e imagináveis que a gente vai poder levantar de recursos. Porque a nossa ideia é honrar aquilo que foi prometido às 32 categorias no ano passado. Já que postergamos um ano, faremos de tudo”, declarou Sampaio. Se até outubro o Buriti não equacionar o caixa para arcar com os aumentos, o chefe da Casa Civil já ensaia uma proposta de emergência para os trabalhadores, dividindo os reajustes.
“Nós vamos conceder os reajustes, mas não garantimos o pagamento sem parcelamento. Pode ser que a gente chegue a uma situação como essa se não conseguir novas fontes. Mas nós vamos ser absolutamente francos e sinceros quando chegar o mês de outubro e tivermos que nos posicionar a respeito”, afirmou Sampaio. A situação é tensa, pois lideranças das categorias já anunciaram que, a princípio, não aceitarão qualquer tipo de atraso.
Além do impasse com as categorias, o GDF enfrenta dificuldades para fechar o orçamento em áreas importantes do serviço público, a exemplo da Saúde. O próprio governador pediu ajuda para Câmara Legislativa em busca de mais dinheiro para a rede pública. Nesse sentido, os deputados distritais avaliam a possibilidade de destinar emendas para a manutenção de hospitais e compra de medicamentos e insumos.
“Nós temos hoje a necessidade de pouco mais de R$ 1 bilhão para fechar o ano. Isso sem a concessão de nenhum reajuste. Para fecharmos, precisamos do orçamentário e, principalmente, do financeiro”, comentou. Sampaio voltou a repetir o mantra da gestão Rollemberg: “O DF chegou a uma condição de gastar muito mais do que ganha. Estamos falando de orçamento de R$ 32 bilhões que consome R$ 26 bilhões somente com salários. Quando agrega outras despesas como mobilidade, subsídios, a gente pula para R$ 27,5 bilhões. Sobram R$ 4,5 bilhões para fazer toda manutenção da cidade”, argumentou.
O governo ainda tem sobre os ombros uma dívida de R$ 3 bilhões com fornecedores herdada da gestão anterior, de Agnelo Queiroz. Estes débitos têm prejudicado de sobremaneira a agenda. Além de protestar, credores criam dificuldades para a realização de novos contratos e serviços junto ao Buriti.
Fonte: Jornal de Brasília