Por Michele Horovits
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) completa, nesta sexta-feira (22), 13 anos de dedicação à assistência de crianças e adolescentes com condições crônicas e complexas. Para marcar a data, foram inaugurados dois equipamentos que ampliam a capacidade de diagnóstico e pesquisa em doenças raras: o Biobanco e a Unidade de Sequenciamento de Nova Geração. O investimento foi de R$ 1,7 milhão, por meio de emenda parlamentar.
Ambas as unidades integram o Laboratório de Pesquisa Translacional do HCB, setor que atua em áreas como citologia, citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. “A inauguração do Biobanco e do sequenciador genético representa um marco para a pesquisa e a assistência em saúde, consolidando o HCB como referência nacional. Vamos lutar juntos para construir um terceiro bloco nesse hospital que hoje é uma vitrine de excelência”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
Inaugurado em 2011, o HCB é público e faz parte da rede da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), sendo gerido pelo Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe). Além de atender em mais de 25 especialidades pediátricas, a unidade se dedica ao ensino e à pesquisa. Os novos equipamentos reforçam esse círculo de cuidado.
A diretora executiva do HCB, Valdenize Tiziani, destaca que a tecnologia do sequenciador genético, por exemplo, permite identificar diagnósticos de forma mais precisa e ágil. “Já o Biobanco torna possível armazenar e preservar amostras biológicas raras com alta segurança, criando um banco de dados vital às pesquisas futuras”, acrescenta.
Inovação
O novo Biobanco pode receber mais de 500 mil amostras de materiais biológicos, podendo ser utilizadas em diversas investigações clínicas, como recidivas oncológicas. Já a Unidade de Sequenciamento é capaz de avaliar, simultaneamente, vários genes, ou até genoma completo, em pouco tempo e com alta precisão, identificando de forma ágil o tipo de doença para a definição do tratamento mais assertivo. É um setor que conta com a atuação de biólogos, biomédicos, farmacêuticos, médicos e técnicos de laboratório.
“Com os dois equipamentos, o HCB se mantém na vanguarda da ciência, entregando resultados que colocam o DF entre os principais polos de pesquisa do País”, avaliou o secretário executivo de Ciência e Tecnologia da SES-DF, Alexandre Villain.
O HCB já foi palco de vários procedimentos cirúrgicos inéditos na capital federal. Um deles foi o caso das gêmeas Mel e Lis. As duas viveram dez meses unidas pela cabeça e foram separadas em uma cirurgia realizada no hospital em 2019 – a terceira desse tipo feita no Brasil.