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Se depender do governo, 2025 será sem epidemia de dengue no Distrito Federal

Governo do Distrito Federal aposta em recursos humanos e tecnologia para atacar de frente possíveis focos e a disseminação do mosquito Aedes Eegypti, responsável ainda por outras doenças como chikungunya e zikavirus

Por Kleber Karpov

No que depender do governo do Distrito Federal, o DF deve passar 2025 sem o risco de nova epidemia de dengue e de surtos de doenças provenientes de arboviroses. De um lado, o governador do DF, apenas em 2024 soma 950 agentes de saúde, por outro, o próprio GDF em ação coordenada com os diversos órgãos de governo, em especial da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), estão a atacar de frente possíveis focos e a disseminação do mosquito Aedes Eegypti, responsável ainda por outras doenças a exemplo da chikungunya e zikavirus.

Nesta sexta-feira (29/Nov), o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), deu posse a 400 Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e a outros 400 Agentes de Vigilância Ambiental de Saúde (AVASs), o que somado, devolve o contingente, ao DF, para atuar no combate à dengue, além de ampliar o programa da Atenção Primária à Saúde (APS), o Estratégia Saúde da Família (ESF).

As administrações regionais (RAs), desde a força-tarefa implementada pela então, governadora do DF, em exercício, Celina Leão (Progressista) em janeiro desse ano, passaram a atuar com a remoção de entulhos, inservíveis além de reforçar a colega de lixo em todas as RAs.

Se soma a essas iniciativas, o aumento da fiscalização da Agência de Fiscalização do DF (DF Legal) e, principalmente,  apoio por parte do Tribunal de Justiça do DF (TJDF), ao autorizar ao GDF, adentrar terrenos particulares, sobretudo os abandonados, para remoção de lixos e focos da dengue.

Tecnologia

Porém, a SES-DF, foi além, na intensificado as ações de controle vetorial, com a incorporação de novas tecnologias, a exemplo da implementação de estações disseminadoras de larvicida (EDLs) em locais de maior risco, bem como ações de borrifação residual intradomiciliar.

O objetivo é maximizar as demais atividades rotineiramente implementadas, como a realização de levantamento de índices de infestação, monitoramento de armadilhas ovitrampas, visitas domiciliares para eliminação de focos de transmissão, orientações à população e tratamento de focos que não sejam passíveis de eliminação. Uma média de 5 mil imóveis é visitada diariamente, além de contar com a atividade de 25 carros fumacê, quando necessário.

Recentemente, a pasta também anunciou a fase final de desenvolvimento do aplicativo e-Visit@ DF Endemias. Com a ferramenta, os Avas poderão reunir informações de maneira ágil sobre a doença. De acordo com a pasta, o teste-piloto será lançado em dezembro, seguido por um treinamento de profissionais da área.

Números

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (MS), até o dia 28 de novembro, o DF contabilizou um total de 277.855 casos prováveis com 440 óbitos por dengue, equivalente a 7,5% das 5.865 mortes pela doença, e 4,2% do total de 6.581.436 casos prováveis, no mesmo período, em todo o país.

Importante ressaltar que, no país, a epidemia de dengue se deu em decorrência de diversos fatores, o que incluiu mudanças climáticas, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil se tornou epicentro global, em 2024, com registro da ocorrência de mais de 50% dos casos de dengue no mundo. Situação essa em afetou, diversos estados brasileiros, em especial o Distrito Federal.

Dados do Distrito Federal

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (MS) de 28/11/2024

Dados do Brasil

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (MS) de 28/11/2024

Bons indicadores

Esses números chamam atenção ainda por outros dois fatores, primeiro que o DF, ao longo dos surtos de epidemia de dengue no país, se manteve no ranking no que tange ao maior índice de coeficiente de incidência de casos prováveis, por 100 mil habitantes. O acumulado atual mantém a capital do DF, com 9.863,3 casos por 100 mil habitantes, 304,42% a mais que a média nacional de 3.241,1 casos por 100 mil habitantes.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (MS) de 28/11/2024

O segundo fator, conforme noticiado por PDNews (7/Fev), na reportagem intitulada ‘Diretor da OMS ratifica explicações dadas pelo MS e pela vice-governadora, Celina Leão, sobre surtos e epidemias de dengue no país‘ antes mesmo do pico da epidemia o DF, em 19 de fevereiro somava, sozinho com 49.012 casos notificados, equivalente a 20% dos 364,855 casos prováveis de dengue no país. Além de 27,5%, com 11 mortes no DF de um total de 41 no país. Algo que implica em dizer que ao chegar ao fim de 2024 com 4,2% de casos de dengue e 7,5% dos óbitos, indicadores de sucesso no trato da epidemia na capital do país.

Tais dados acabam por se refletir, no salto do DF para a quarta posição no ranking de óbitos decorrentes do infecção pelo vírus da dengue, atrás de Sâo Paulo com 1.936 óbitos, Minas Gerais com 1.104 e Paraná com 733 mortes.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (MS) de 28/11/2024
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.