Por Denise Rothenburg
A nota divulgada há pouco pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, dizendo que o presidente Michel Temer “se comprometeu a estudar alternativas” para resolver a greve da Polícia Civil abriu uma crise entre o GDF e o governo federal. Temer, que soube da nota por intermédio de um telefonema do assessor especial Tadeu Filippelli, classificou a declaração do GDF como “desleal”. Em nenhum momento, segundo Filippelli, Temer se comprometeu a estudar alternativas, uma vez que a busca da solução para o impasse cabe ao governo local.
Temer recebeu Rollemberg no início da tarde desta sexta-feira, extra agenda, a pedido do governador. Ele ouviu o relato de Rollemberg sobre as reivindicações dos policiais em greve, entendeu o problema, mas, de acordo com Filippelli, teria sido muito claro ao dizer que Rollemberg buscasse a solução.
A praxe nesses casos, aliás, é o governo local, após entendimento com os setores interessados, enviar uma minuta de mensagem ao governo federal, que, aí sim, passa a discutir o assunto e, se for o caso, encaminhar ao Congresso Nacional para apreciação. Não foi isso que terminou relatado na nota oficial do GDF.
Eis a íntegra:
“O governador Rodrigo Rollemberg esteve reunido nesta sexta-feira (12) com o presidente da República em exercício, Michel Temer, para manifestar a preocupação em relação a reivindicação da Polícia Civil de isonomia com a Polícia Federal. O objetivo foi buscar soluções conjuntas.Embora reconheça a legitimidade do pleito, o governador reiterou que o governo de Brasília não tem capacidade de arcar com esses valores sem a ajuda do Governo Federal. Além disso, há a preocupação com as outras forças de segurança, como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiro, que também desejam equiparação salarial com a Polícia Civil.
O presidente Michel Temer se comprometeu a estudar alternativas.”.
O que mais irritou Temer foi o fato de o governador jogar o problema no colo do governo federal, especialmente, na última frase. Temer vai apenas esperar o que vier de solução, a ser negociada entre o GDF e os policiais. Uma crise com o governo federal era tudo o que Rollemberg não precisava nesse momento.
Fonte: Correio Braziliense