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18 dez 2024 19:23


Fonoaudiólogos são homenageados no plenário da Câmara Legislativa

Sessão solene foi proposta pelo deputado Jorge Vianna

Em comemoração ao dia do fonoaudiólogo, celebrado em 9 de dezembro, a Câmara Legislativa realizou, nesta quinta-feira (05), uma sessão solene em homenagem aos profissionais. O autor da cerimônia, deputado Jorge Vianna (PSD), fez questão de explicar a relevância da classe para a saúde pública e privada.

“Os fonoaudiólogos são imprescindíveis para a saúde pública. São responsáveis pela promoção da saúde, prevenção, avaliação, diagnóstico, orientação, terapia (habilitação e reabilitação) e aperfeiçoamento de aspectos como audição, linguagem oral e escrita, voz, fluência, articulação da fala e funções miofuncionais, orofaciais e de deglutição”, pontuou.
Para o distrital, é urgente a necessidade de aumentar o número de fonoaudiólogos no setor público pelo GDF. Ele argumenta que a Secretaria de Saúde (SES/DF) registrou um aumento de 35% nos procedimentos ambulatoriais de fonoaudiologia em 2022 em comparação com o ano anterior e que a pasta conta hoje com 214 profissionais, o que, em sua análise, representa número insuficiente.

“Nós lutamos pela contratação de mais profissionais da área da fonoaudiologia hospitalar para a SES/DF e pelo fortalecimento da participação deles nos núcleos ampliados de saúde da família”, pontuou Vianna.

A presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia da 5ª Região, Christiane Camargo Tanigute, salientou que a busca pela profissão tem crescido bastante nos últimos anos, mas que o DF, que atualmente conta com 1700 profissionais inscritos, ainda possui número insuficiente para atender a demanda.

Tanigute explicou que fonoaudiólogos foram essenciais no combate à pandemia de Covid-19, em especial pelo fato de a doença estar relacionada às vias respiratórias, tendo deixado sequelas em parte da população. Ela contou que a Capital Federal conta com 4 cursos de graduação, sendo um deles oferecido pela Universidade de Brasília (UnB) e três por instituições privadas.

A presidente contou ainda sobre a paixão pela profissão e elogiou os participantes da cerimônia pelo impacto na social que sua atuação tem na vida da população. “Nós, fonoaudiólogos, somos profissionais por dom. Realizamos nossas missões com magia, talento, perseverança, competência e muito amor”, declarou aos colegas.

A fonoaudióloga do Instituto de Gestão Estratégica do DF (Iges-DF) Bartira Donato Amaral Pedrazzi contou que o ofício é relativamente jovem no Brasil, contando com cerca de 43 mil inscritos no conselho federal da classe. Para ela, mesmo com a pouca idade, a profissão vem prestando “relevantes serviços ao povo do nosso país”.

Em resposta às reivindicações de mais profissionais atuando nas unidades de saúde, o subsecretario de gestão de pessoas da SES/DF, João Eudes Filho, anunciou que a pasta vai realizar, em 2025, um concurso público para provimento de cargos para especialista em saúde, com vagas para fonoaudiólogo. “vocês fazem a diferença na vida das pessoas”, declarou à plateia.

A coordenadora de atenção secundária e integração de serviços da SES/DF, Juliana Soares, explicou que a gama de locais de atuação do profissional é variada e não se resume ao serviço de saúde, podendo atuar na gestão, assistência e docência, desde atenção primária às equipes multidisciplinares, passando pela atenção especializada ambulatorial e hospitalar.

Ela contou que, no ano de 2023, foram realizadas 30 mil triagens auditivas neonatais, mas o atendimento pode ser ainda mais abrangente caso o GDF reforce o quadro de servidores.  “Ainda temos muito o que avançar”, pontou.

Já a presidente do Cláudia Aparecida Pietrobon, elencou pautas que precisam receber atenção. Segundo informou, no SUS, a fila de espera para atendimento de fonoaudiologia chega a 7 mil pessoas, com espera média de 2 anos. “Isso evidencia a urgência de um novo concurso público”, alertou.

A sindicalista pediu ainda a realização de uma audiência pública pela CLDF para tratar das necessidades e desafios enfrentados pelos profissionais no DF, como a luta pela formalização de um piso salarial para a categoria. “Traria grande valorização à profissão”, afirmou.

Histórico da profissão

A Fonoaudiologia é uma profissão dedicada ao estudo e tratamento de questões relacionadas à comunicação humana e funções associadas, como a deglutição e respiração. O fonoaudiólogo atua na prevenção, diagnóstico e reabilitação de distúrbios de fala, audição, linguagem, voz e motricidade orofacial, promovendo a qualidade de vida de indivíduos em diferentes contextos.

No Brasil, essa atuação é especialmente valorizada em áreas como audiologia, em que o profissional contribui com a adaptação de aparelhos auditivos, e na motricidade orofacial, fundamental para a reabilitação de pacientes com dificuldades de mastigação e deglutição.

A profissão foi regulamentada no Brasil em 9 de dezembro de 1981, com a Lei nº 6.965, que estabeleceu os direitos e deveres dos fonoaudiólogos no país. Desde então, a Fonoaudiologia ganhou destaque no sistema de saúde brasileiro, especialmente no âmbito público, com a incorporação de serviços especializados em hospitais e centros de reabilitação.
A partir da década de 1990, a profissão também passou a ocupar espaço no mercado privado, incluindo clínicas e empresas voltadas para tecnologias assistivas, como aparelhos auditivos e dispositivos de comunicação alternativa.

Além do reconhecimento legal, a profissão é regulamentada pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, que supervisiona o exercício ético e técnico da prática no país. Com uma formação acadêmica que dura de quatro a cinco anos, o fonoaudiólogo não só adquire conhecimentos clínicos, mas também se prepara para atuar em pesquisa e educação.

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