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27 mar 2025 00:44

Como a disfagia impacta a vida dos pacientes e a importância do diagnóstico precoce

Dificuldade para engolir pode levar a problemas nutricionais e sociais, mas o tratamento adequado melhora a qualidade de vida

Por Pollyana Cabral

A disfagia é uma condição caracterizada pela dificuldade em engolir alimentos, líquidos ou até mesmo a própria saliva. Esse problema pode afetar significativamente a alimentação, a nutrição e até a socialização dos pacientes. Muitas vezes subestimada, a disfagia pode comprometer seriamente a saúde e o bem-estar, tornando essencial o acompanhamento especializado para evitar complicações.

No Brasil, o Dia Nacional de Atenção à Disfagia é comemorado em 20 de março, uma data instituída pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia para conscientizar a população sobre os riscos dessa condição e a importância do diagnóstico e do tratamento precoce.

A disfagia pode se manifestar de diversas formas, incluindo tosse, engasgos, sufocamento, esforço ou ruído respiratório durante ou após a alimentação, além da sensação de alimento preso na garganta. Alguns dos principais fatores de risco incluem doenças neurológicas, câncer de cabeça e pescoço, intubação orotraqueal prolongada (a partir de 48h), doenças genéticas e o próprio envelhecimento.

A fonoaudióloga e coordenadora multidisciplinar do Hospital Cidade do Sol (HSol), Camila Frois, alerta que os sintomas podem ser sutis no início, mas não devem ser ignorados. “O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações graves, como pneumonia aspirativa, desidratação, desnutrição e até morte. Se você perceber qualquer dificuldade ao engolir, procure um especialista, como um fonoaudiólogo ou médico, para uma avaliação detalhada”, enfatiza.

Já a nutricionista do HSol, Maria Eduarda Estrela Campos, reforça que a adaptação da alimentação é fundamental para a segurança do paciente. “Seguir uma dieta adequada, com consistência ajustada e técnicas corretas, é essencial para garantir a segurança na ingestão dos alimentos. A orientação de profissionais de saúde ajuda a evitar deficiências nutricionais e promove o bem-estar”, destaca.

Dicas de especialistas

Camila Frois: “Se você ou alguém da sua família começar a sentir dificuldades para engolir, busque a ajuda de um fonoaudiólogo. O profissional poderá avaliar a função da deglutição e indicar os melhores exercícios para fortalecer os músculos envolvidos, prevenindo os riscos de complicações.”

Eduarda Estrela: “Um nutricionista especializado pode ajustar a dieta conforme a avaliação e orientação da equipe de fonoaudiologia. Algumas adaptações na consistência dos alimentos e o uso de suplementos ajudam a garantir uma nutrição adequada sem comprometer a segurança da alimentação.”

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), que atua 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), trabalha continuamente para aprimorar os serviços de saúde oferecidos à população. O atendimento a pacientes com disfagia é uma prioridade, garantindo que eles tenham acesso a tratamentos de qualidade e profissionais capacitados.

O instituto conta com fonoaudiólogos em todos os setores dos Hospitais de Base do Distrito Federal (HBDF), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e Hospital Cidade do Sol (HSol), garantindo acesso a todos que precisam desse serviço, adultos e crianças.

A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia estima que cerca de 30% da população acima de 60 anos apresenta algum grau de disfagia. Em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI), esse número pode chegar a 50%. Esses dados reforçam a necessidade de conscientização sobre a condição e a importância do diagnóstico e tratamento adequado.

Hoje, em alusão ao Dia Nacional de Atenção à Disfagia, foram realizadas ações no Hospital de Base do Distrito Federal, como a “Blitz da Disfagia”. No Hospital Cidade do Sol, houve entrega de panfletos, orientações aos pacientes e acompanhantes e exibição de vídeos educativos nas TVs do hospital, com o objetivo de conscientizar tanto os pacientes quanto os profissionais sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

Com acompanhamento especializado, reabilitação e ajustes na alimentação, os pacientes com disfagia podem recuperar sua qualidade de vida e retomar suas atividades diárias com mais segurança e conforto.

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