Trabalhadores estão com receio que pagamentos sejam convertidos em Restos a Pagar
Por Kleber Karpov
Com o atraso do pagamento das Horas Extras (HEs) desde maio, Política Distrital foi mais uma vez acionado por servidores para questionar quando as HEs devem ser pagas. Porém, um novo ingrediente passou a fazer parte do dia-a-dia daqueles que se sujeitam a trabalhar mais para aumentar a renda, o receio de não ver a cor do dinheiro em 2016.
Esse é o receio de uma servidora que pediu para não ser identificada que afirmou que os profissionais de saúde estão com medo que o governo, ‘empurre com a barriga’, o pagamento das HEs, durante o restante de 2015, para converter a dívida em Restos à Pagar (RAP).
“No ano passado foi uma estratégia do DF do GDF. Porque como as extras de Setembro em diante são pagas somente no ano seguinte, o que acontece? Aqueles que não receberem Setembro, outubro, novembro e dezembro caem em exercício findo. E aí sabe só no judiciário. O que nos leva a crer em mais uma manobra política.”, disse.
No panorama sugerido pela profissional de Saúde, o GDF pretende rolar a dívida das HEs de 2016 para 2017 e os valores devidos se tornariam Restos a Pagar (RAP). Para a servidora, nesse contexto, além, de não receberem sete meses de horas extras realizadas nesse ano, os trabalhadores teriam que “formar um processo”, para tentar receber os valores devidos.
O que diz a Secretaria de Saúde
Política Distrital apurou o caso com a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), que por meio da Assessoria de Comunicação (ASCOM), apenas confirmou não haver previsão de data de pagamento. “A Secretaria de Saúde reconhece que existem horas-extras em atraso e está fazendo todo esforço para pagar, o mais rápido possível, assim que houver disponibilidade de recursos.”.
Empurrando com a barriga
Vale observar que o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) não deve cumprir a promessa de 2015, de realizar em outubro, o pagamento das incorporações das gratificações de titulação prometida para outubro. Os valores são relativos as 32 leis, aprovadas na Câmara Legislativa do DF (CLDF) entre os anos de 2012 e 2013, e sancionada pelo ex-governador, Agnelo Queiroz.
Sob o argumento de estar sem recursos, cerca de 150 mil servidores da Saúde, Educação e Administração Direta devem decretar greve. E dívidas a exemplo das HEs, devem permanecer sondo ‘empurradas com a barriga’.