A CPI da Saúde ouviu em reunião ordinária na manhã desta quinta-feira (8) os depoimentos do médico Fabiano Dutra, ex-coordenador técnico da Ortopedia do Hospital de Base, e também do ex-chefe da Assessoria Jurídica Legislativa da Secretaria de Saúde, Raphael Rosa de Paiva. Os dois depoentes negaram aos deputados Wellington Luiz (PMDB), Wasny de Roure (PT) e Lira (PHS) terem participado de irregularidades em seus cargos.
O ortopedista Fabiano Dutra negou que existisse no Hospital de Base um “estoque gigantesco” de órteses e próteses inservíveis que, conforme fora denunciado em reportagens, seria suficiente para 50 anos de utilização. Ele ressaltou que o lote encontrado de 245 próteses eram, em maioria, sobras e que, “com muito boa vontade” permitiriam a realização de cerca de 45 cirurgias. O ortopedista comentou que um dos problemas que causou a divulgação de informações distorcidas foi o fato de que o “sistema de compras não alimentava a saída dos produtos utilizados”.
Dutra, que foi preso durante a operação Hyde, da Polícia Civil, negou que tenha queimado provas que incriminassem a empresa Home Care, onde também trabalhava. Disse que apenas eliminou arquivos pessoais. O médico garantiu ainda aos distritais que o sistema de compras de órteses, que coordenou entre outubro de 2015 a abril de 2016, tinha demanda estimada definidas em decisão de colegiado por meio de câmara técnica.
Indicação
A aprovação da convocação da ex-chefe da Assessoria Jurídica da Secretaria de Saúde, Ellen Falcão, para depor na CPI da Saúde, na próxima segunda-feira (12) foi um dos desdobramentos do depoimento do advogado Rosa Paiva à CPI. Ele informou que foi indicado por ela para substituí-la no cargo num período de 49 dias – no final de 2015 – e que não se lembrava de ter assinado qualquer processo para pagamento de dívidas de UTIs, relativas a exercícios anteriores. Negou também ter participado de quaisquer atos ilícitos.
O deputado Wasny de Roure, que apresentou o requerimento para convocação da advogada Ellen Falcão, explicou que ela fora citada nas gravações por ter sido supostamente indicada pela filha do governador Rollemberg, Gabriela Rollemberg. O distrital justificou que quer apurar a relação das advogadas citadas com a aprovação “recorde” do pagamento de UTIs – um dia após sanção do projeto aprovado na Câmara Legislativa, por parte do governador, com “supressões” que retiraram poderes da Assessoria Jurídica transferindo-os ao diretor executivo do Fundo de Saúde, Ricardo Cardoso.
Também foi aprovado o convite ao presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Marcos Gutemberg Fialho da Costa, para contribuir com as investigações da CPI na segunda-feira.
Fonte: CLDF