Na simplicidade e descontração, voz da experiência aponta que, em tempos de crise, erros antigos não precisam ser repetidos
Por Kleber Karpov
O vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (SINDATE-DF), Jorge Vianna, foi até a casa do ‘mago da Saúde do DF’, o ex-candidato ao governo do DF pelo PR, ex-deputado federal, ex-secretário de Saúde do DF, o médico, Jofran Frejat, para falar sobre a saúde pública do DF. A visita ocorre após o secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Lucena Pereira de Fonseca, anunciar a migração dos Centros de Saúde (CSs) para utilização no Programa Saúde da Família (PSFs)(15/Fev).
Secretário de Saúde por quatro vezes, duas delas, na gestão do ex-governador Joaquim Roriz, Frejat é considerado, quase por unanimidade entre os servidores da SES-DF, o melhor gestor que já passou pela Pasta. Frejat observou que a Saúde passa por uma grave crise em todo país e que no DF, não é diferente.
“Vendo a evolução do que aconteceu com a saúde a gente fica muito triste, porque a gente teve uma saúde que foi uma referência no DF, com a criação dos postos de saúde, dos hospitais, um sistema hierarquizado, regionalizado, que foi inclusive utilizado para demonstrar na, época da Constituinte, como deveria ser o sistema ade saúde do Brasil que o Sistema Único [de Saúde (SUS)]. A gente vê isso caindo de padrão não só no DF, mas em todo o país.”, disse Frejat.
Ao ser questionado sobre as mudanças promovidas por Fonseca, na Atenção Primária, por converter os CS em unidades do PSF e colocar as unidades para abrir nos sábados. Frejat deu a entender que atual gestão da SES-DF, ‘chove no molhado’ ao tentar resgatar programa que não deu certo em ‘outros carnavais’.
“O que a gente observou foi o seguinte. Inicialmente os Centros de Saúde funcionavam meio expediente no sábado, até o meio dia. A ideia era que o trabalhador, que durante a semana não tinha tempo, no sábado de manhã poderia ir ao Centro de Saúde. Mas isso mostrou que não deu resultado, porque não havia uma frequência, um atendimento, uma demanda suficiente para o atendimento da população naquela época.”, afirmou Frejat.
Frejat observou que para tentar corrigir o problema a SES-DF implantou novos programas de modo a suprir aquele período ocioso, “para alguma coisa útil”, à população. O ex-secretário de saúde concluiu a conversa ao observar que “eles [gestores da saúde do DF], acabam aprendendo”, ao observar que a equipe “aprendeu sofrendo”.
Para bom entendedor
Embora não tenha proferido tais palavras, do ‘mago da Saúde do DF’, a brincadeira soa como um recado claro: ‘Ao tentar inovar, a atual gestão da Saúde, peca por não aprender com os erros dos outros.’.