Justiça exige a derrubada de construções dos poderosos da orla do Paranoá
Da Redação Radar
Setores do governo Rollemberg ligados às áreas política e jurídica estão indecisos, receosos e cheios de dedos se cumprem ou não a decisão judicial que manda “passar o trator” por cima de cercas, churrasqueiras picinas e puxadinhos de luxo edificados dentro da faixa de 30 metros da orla do lago Paranoá.
O GDF, segundo informações colhidas por Radar, estava torcendo e rezando para que a Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal acolhesse o pedido de tutela de urgência da Associação dos Amigos do Lago Paranoá. Seria uma confusão a menos para o governo se meter. A ação pedia a suspensão do acordo firmado entre o MPDFT e o GDF. Mas pedido foi negado pelo magistrado.
O receio do governo está no fato de a ocupação não ser uma invasão qualquer comparada aos casebres armados por 365 famílias de pobres coitados da Vila Nova Jerusalém, expulsas sem aviso prévio sob o ronco do trator, das bombas de gás da PM e dos alaridos de alguns sádicos da AGEFIS.
A ocupação chique do Paranoá concentra o maior PIB do DF, que se abriga em cerca de 480 mansões nos lagos Sul e Norte, propriedades que se encontram na mira do MP desde 2005, através de uma Ação Civil Pública.
Nela, o MPDFT narra que o DF vem se omitindo no dever legal de proteger o meio ambiente, conforme prevê a Constituição Federal, assim como se omitindo, também, em promover programas e projetos de educação ambiental.
Nos últimos dez anos nenhum governo que ocupou o Buriti quis cumprir efetivamente a ordem judicial demolidora. Em 2011, a Vara do Meio Ambiente condenou o governo de Agnelo Queiroz a elaborar plano para remover construções no Orla do Lago Paranoá. Em 2014, o MP voltou à carga exigindo a demolição dos imóveis e solicitando que fosse cobrada multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento. Agnelo preferiu mandar pagar a multa do que mexer com os “bacanas da orla”.
Até a semana passada, setores do governo Rollemberg torciam para que a justiça acatasse aos apelos feitos pela a Associação dos Amigos do Lago. No entanto, na decisão o juiz deixa claro que “a pretensão da Associação não apenas padece de aparência de bom direito, mas, sobretudo investe contra o notório interesse social de recomposição de uma orla livre e desimpedida, para o uso da coletividade”. E agora Rollemberg? Vai encarar!
O Radar está ligado!
Informações: Radar Condomínios