Por Denise Caputo
Reunidos desde cedo nesta quarta-feira (29), em frente ao Palácio do Buriti, os professores cobram negociação com o governo do Distrito Federal. Entre as reivindicações estão a implementação do plano de carreira e o pagamento de parcela do reajuste salarial concedido em 2013. Do outro lado da praça, na sede da Câmara Legislativa, os deputados distritais manifestaram, na sessão desta tarde, apoio à mobilização e cobraram diálogo por parte do GDF.
“Mais de mil trabalhadores aguardam desde cedo reunião com o governador”, destacou Ricardo Vale (PT), que chegou a sugerir a apresentação de moção em apoio aos professores do DF.
Já o deputado Raimundo Ribeiro (PPS) criticou a inabilidade do governo para solucionar problemas e disparou: “Os professores estão deixando as salas de aula para reivindicarem o que é lei, e o governo não tem resolvido nada”.
Também em apoio à categoria, em greve há quase 15 dias, o presidente do Legislativo local, deputado Joe Valle (PDT) defendeu que o governador receba o sindicato. “Não existe solução sem diálogo, o chefe do Executivo tem de fazê-lo”, disse.
Segundo o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT), que participou da mobilização de hoje, ele mesmo tentou contato com o governador Rodrigo Rollemberg, que declarou não ser possível receber a categoria – esta, por outro lado, promete continuar ocupando a pista até que o governo abra diálogo. Veras argumentou que o governador deveria abrir reunião com a comissão formada e depois deixar o secretário Sérgio Sampaio discutir propostas com os trabalhadores. O distrital disse temer, ainda, “tensão” com os manifestantes por parte da polícia. Mais cedo, a Polícia Militar chegou a usar spray de pimenta para afastar as pessoas do Buriti.
“Se houver algum confronto, esse confronto vai ter nome: Rodrigo Rollemberg. Se ele não cumpre acordo ou lei, deve no mínimo dialogar”, defendeu Wellington Luiz (PMDB), que parabenizou os professores pela mobilização.
Reformas
Ricardo Vale aproveitou o microfone da tribuna para convocar os trabalhadores do Distrito Federal para ato nacional contra a reforma da Previdência, na próxima sexta-feira (31), a partir das 17h, na rodoviária do Plano Piloto. “É preciso união contra as reformas que esse governo golpista quer fazer”, disse. Vale criticou também o projeto de terceirização irrestrita para atividades meio e fim, “precarizando os direitos trabalhistas”.
O projeto recebeu críticas, também, do deputado Chico Vigilante (PT), que resgatou parte da história da terceirização no Brasil. “A Junta Militar criou esse sistema no País, prevendo contratações por até 90 dias”, apontou. Para o petista, no entanto, o projeto da terceirização aprovado na Câmara – o qual havia sido proposto há 19 anos – é pior do que o resultante da ditadura militar: “Ele amplia o prazo para contratação de 90 dias para nove meses. Depois disso, o trabalhador vai ser demitido. Não vai ter férias nunca, nem FGTS ou qualquer garantia”. Vigilante pediu união e mobilização para “barrar esse retrocesso”.
Fonte: CLDF