Unidade poderá fazer, em média, 150 cirurgias mensais
Por Alline Martins
O Hospital Regional de Samambaia (HRSam) começa a atuar, nesta quinta-feira (1), como centro de referência para cirurgias eletivas de média e baixa complexidade de hérnia e vesícula. A intenção da Secretaria de Saúde é zerar uma fila de espera que está sendo atualizada e, hoje, pode chegar a cerca de 7 mil pacientes, fazendo uma média de 150 cirurgias por mês.
“Vamos começar pela fila de Samambaia, que tem 300 pacientes. Depois, atenderemos os de Taguatinga, que tem cerca de 900 pessoas. Posteriormente, o hospital passará a fazer as cirurgias de pacientes de todas as regiões do DF”, explica a superintendente da Região de Saúde Sudoeste, Lucilene Florêncio.
Para possibilitar essas cirurgias, as vítimas de trauma do Hospital Regional de Samambaia serão redirecionadas para o de Taguatinga. Corpo de Bombeiros e Samu estão orientados para este encaminhamento. “Estudo realizado para essas mudanças aponta que aumentará apenas 1,5 paciente por dia no HRT”, ressalta Lucilene.
Com essa mudança de fluxo, sobrarão mais horas de profissionais anestesistas e cirurgiões para realizar as cirurgias eletivas. “Começamos a testar a novidade em novembro do ano passado e, desde então, realizamos 140 cirurgias de hérnia e vesícula de pacientes de Samambaia”, destaca a diretora do HRSam, Luciana Russo. “Porém, percebemos que o pronto-socorro de trauma acabava pegando horas dos profissionais que poderiam ser aproveitadas na cirurgia eletiva”, completa.
Assim, a partir desta quinta-feira (1), estarão disponíveis para as cirurgias eletivas 520 horas semanais de cirurgiões e 300 horas semanais de anestesistas. “Além disso, conseguimos 20 horas de cardiologia para que possamos fazer a preparação do paciente também aqui no centro de referência, fazendo os exames pré-cirúrgicos”, explica Luciana Russo.
Pacientes
A Secretaria de Saúde está trabalhando para atualizar a lista de pacientes que esperam cirurgias eletivas de hérnia e vesícula, já que uma pessoa pode estar várias vezes na fila, que não é unificada.
“Com a criação do centro de referência, as listas serão disponibilizadas na atenção básica. Então, o fluxo será da seguinte forma: o paciente passa por consulta em unidade básica de saúde e, havendo necessidade, é encaminhado ao cirurgião. Assim, o nome dele entrará numa lista para que a Secretaria de Saúde entre em contato e agende a consulta com cirurgião para avaliação e indicação ou não de cirurgia”, explica Luciana Russo. Uma vez à espera de cirurgia, o paciente será classificado de acordo com a gravidade do caso e, assim, entrar na fila.
Estudos
Para que o projeto começasse a funcionar nesta quinta-feira (1), estudos foram realizados para que tudo funcione de modo a zerar a fila. “Começou há mais de um ano, pois foi tese de mestrado, com participação da Universidade de Brasília, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde e da Universidade da Califórnia. Com isso, foram trabalhados os protocolos e feitas adaptações no hospital”, conta a diretora do HRSam. Entre as mudanças, foram realizadas reformas na enfermaria de cirurgia, no laboratório e outras adequações no hospital. Quatro leitos de internação foram reabertos, totalizando 20 disponíveis para pacientes atendidos no centro de referência.
Segundo Luciana Russo, fazendo as cirurgias eletivas, será possível evitar que pacientes com casos simples tornem-se pacientes de emergência, evoluindo para complicações e gerando mais custos para os cofres públicos.
Futuro
Segundo a diretora do Hospital Regional de Samambaia, a Secretaria de Saúde caminha para começar a fazer essas cirurgias por vídeo, o que reduzirá à metade o período de recuperação, diminuindo também o tempo de internação.
“Nós já temos o aparelho de videolaparoscopia e agora a Secretaria de Saúde está com processo de compra em andamento de uma lavadora ultrassônica para que possamos iniciar esse procedimento”, finaliza Russo.
Fonte: Agência Saúde DF