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22 nov 2024 09:52


Opinião: Ação da PF mexe, novamente, no tabuleiro político da sucessão no GDF para 2018

Por Kleber Karpov

A Polícia Federal indiciou os ex-governadores, Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), o ex-vice-governador Tadeu Felippelli (PMDB), servidores públicos, advogados, além de executivos de empreiteiras ligadas as obras do Estádio Nacional Mané Garrincha. Nessa sexta-feira (18/Ago), a PF encaminhou à   10ª Vara da Justiça Federal no DF, relatório final da Operação Panatenaico, que deve julgar os réus pelo superfaturamento criminoso de R$ 559 milhões nas obras do Estádio, orçado inicialmente em R$ 600 milhões, mas que ao fim custou R$ 1.5 bilhões.

A operação chegou a levar Agnelo, Arruda e Felippelli para a prisão, no final de maio desse ano, volta a mexer no tabuleiro político de possível sucessão ao Governo do Distrito Federal para 2018. O grupo se articula, desde 2016, para apoiar e consolidar um nome de peso para disputar com o atual governador, algo que não parece ser muito difícil, uma vez que o ‘socialista’, Rodrigo Rollemberg (PSB) se mantém com a popularidade abaixo de dois dígitos.

Na quarta-feira (16/Ago), por exemplo, Felippelli, participou de encontro político, para tratar da sucessão, com os pré-candidatos de direita, Izalci Lucas (PSDB), Alberto Fraga (DEM), Alírio Neto (PTB) e Roney Nemer (PP). Mas a ausência de um dos principais nomes da coalisão, Jofran Frejat (PR), foi percebida. Algo que Frejat, ao Política Distrital (PD), justificou que deixou de comparecer por falta de convite, disse sem entrar em mais detalhes para evitar “cizânias entre o grupo”. Frejat concorreu nas eleições de 2014 onde, em segundo turmo, alcançou cerca de 650 mil votos, equivalente a 44,4% dos votos válidos da população do DF.

Na quinta-feira (17/Ago), Alírio Neto ofereceu almoço, na sede da Associação dos Delegados da Polícia Civil (ADEPOL), à imprensa, políticos e convidados por ocasião de lançamento do site que leva o nome do político. Na ocasião, o petebista ratificou que o acordo firmado entre os pré-candidatos ao GDF para 2018. “Quem estiver melhor colocado receberá o apoio dos demais colegas para disputar o governo do Distrito Federal”.

Nesse contexto, o maior impacto na ação da PF pode representar um xeque mate, de imediato, no tabuleiro das intenções de Felippelli ao governo, que deve tentar direcionar os votos aos colegas do grupo de pré-candidatos.  O indiciamento de Arruda, por sua vez não deve arranhar as intenções de votos no candidato do Partido Republicano (PR), uma vez Frejat se mantém como candidato natural da legenda e se consolida pelo currículo de gestor, sobretudo em relação à Saúde Pública do DF.

Agnelo por sua vez, embora seja médico e tenha se livrado de algumas acusações nos tribunais, além de perder para Rollemberg o estigma de pior governo do DF, ainda nos primeiros meses da atual gestão, deve ficar fora do jogo. Escândalos políticos nacionais, locais e, os do próprio mandato, desde a ação do grupo de Carlinhos Cachoeira, denúncias do PM João Dias, da intervenção do governo federal com a nomeação de Casa Civil, Swedenberger Barbosa, além de atos de corrupção do Mané Garrincha, Terracap e outros órgãos do governo, enterraram de vez as pretensões políticas majoritárias de Agnelo. Nesse contexto, vale observar que a atual presidente do partido, Erika Kokay tem ganhado projeção, embora tímida, para uma disputa majoritária.

Um nome concreto que figura em praticamente todas as pesquisas, formais e informais, aparece Antonio Reguffe eleito senador em 2014, com aproximadamente 827 mil votos, 51% dos votos válidos. Esse por sua vez, alega a falta de intenção de participar do processo eletivo de 2018. No entanto, Reguffe sabe que se vier candidato, a probabilidade de se tornar o próximo governador do DF é muito grande mas, cheia de desafios.

Na briga pela sucessão, embora Rollemberg dê mostras que pretende tentar a reeleição, a ação da PF, caso a colisão do grupo de direita seja mantida, talvez deixe de impactar na indicação da candidatura da direita, embora, os nomes afetados possam ser utilizados para denegrir a imagem dos demais. Nesse contexto, não surpreenderá se, um processo discreto de dissidências afetar o grupo.

Enquanto isso, outros pré-candidatos, tentam lançar ou dar projeções aos nomes perante à sociedade. Uns, com alguns desafios provenientes de outras ações futuras da Justiça. Outros das cobranças em relação à atuações, eventualmente, questionáveis  no exercício do mandato, a exemplo de votações no pró ou contra impeachment de Dilma; apoio a Temer ou ao arquivamento de denúncias contra o presidente da República; as reformas trabalhista e previdenciária; direitos dos servidores públicos.

Aos pré-candidatos, à ação da PF foi pode equivaler ao segundo cartão vermelho dentro de uma partida, dentro de um campo de futebol. Nesse jogo, sobretudo daqueles com mandatos, alguns jogadores já têm alguns cartões amarelos, seja da Justiça ou do eleitorado. Porém, o jogo da sucessão de Rollemberg só deve acabar, aos 45 do segundo tempo, se não tiver prorrogação.

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