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22 nov 2024 13:05


“Vão morrer” afirma chefe da neurocirurgia do HBDF ao se referir a três pacientes, por falta de válvula VDE

Com demanda média de 50 atendimentos mensais, médicos recorrem a empréstimos para tentar salvar vidas

Por Kleber Karpov

Uma mensagem publicada em um grupo do aplicativo Whatsapp, de médicos do Hospital de Base do DF (HBDF), pelo chefe da neurocirurgia, que teve o nome preservado, aponta o drama de neurocirurgiões, para tentar salvar vidas de pacientes internados no hospital. Na denúncia recebida por Política Distrital (PD), o publicação do neurocirurgião, que teve o nome preservado, destaca três pacientes condenados a morte por falta de uma válvula de descompressão no cérebro, a Derivação Ventricular Externa (DVE),

Um print de uma tela com a listagem de nomes de quatro pacientes internados durante o plantão noturno deste sábado (9/Set). Em três deles, constam os nomes de Felix Valois de Carvalho Dias, Eneas Alves de Almeida e Maria Diva Ferreira da Silva com 66, 39 e 81 anos respectivamente, sinalizados com o texto “Vão morrer”. Todos por falta da válvula de DVE. O neurocirurgião explicou que, desde 21 de agosto o HBDF está sem DVEs. E que o hospital conseguiu três unidades, emprestados.

Porém, o chefe da neurocirurgia fez uma alerta que dá dimensão do descaso por parte da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) ao revelar que o HBDF tem uma demanda mensal com cerca de 50 DVEs e, por falta das válvulas,  as mortes no hospital são inevitáveis.

“Desde o dia 21/08 estamos sem DVEs (foram conseguidas somente 3 doações já utilizadas com a ajuda de todos). Mas tragicamente, como já avisado, como fazemos até 2 procedimentos deste por dia (quase 50 por mês), a mortes serão inevitáveis já que a grande maioria dos procedimentos são de urgência devido à hidrocefalia aguda. Como já oficializado. Trágico, muito trágico.”, afirmou o chefe da neurocirurgia do HBDF.

O neurocirurgião chegou a observar que a resolução do problema depende de “hierarquias superiores” e enfatizou ainda ao agradecer o esforço de colegas em tentar obter DVEs por meio de doações, um provável caso trágico.

“Os três pacientes da lista abaixo, aguardando o procedimento desde ontem [8/set], provavelmente, irão à óbito”.

 

A outra parte

PD entrou em contato com a SES-DF para obter informações sobre a falta de DVEs no HBDF, porém, até  o momento da publicação da matéria, a secretaria de Saúde não se manifestou sobre o caso.

Mortes evitáveis

O presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SINDMÉDICO-DF), Gutemberg Fialho denunciou no início de 2016, o aumento de 15,24% de óbitos passíveis de serem evitados. O sindicalista apresentou dados do relatório do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) que apontou o registro de aumento de 874 mortes ocorridas em hospitais entre os meses de outubro de 2015 e setembro daquele ano, com salto de 5.734 para 6.608 casos, aumento recorde desde 2006.

 

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