O governador Rodrigo Rollemberg acredita que pode recuperar o prestígio junto aos eleitores do Distrito Federal com a liberação de recursos para bancar obras prioritárias reivindicadas pela população. Por que não fez isso antes?
O grande problema do governo do DF não está apenas em atender obras públicas. O buraco é mais em baixo. SAÚDE, SEGURANÇA, TRANSPORTE, FALTA DE GESTÃO. Brasília está parada no tempo e a muito não se vê um governo tão rejeitado pela população como esse, basta verificar as ultimas pesquisas de opinião pública. As Upas não funcionam a contento. Pacientes vivem de hospital em hospital em busca de atendimento que não tem, até a morte chegar. Visitar uma unidade hospitalar é castigo para quem vai. Pacientes são encontrados amontoados em corredores, deitados no chão ou sentados em cadeiras, a espera de leitos para internação. Um verdadeiro caos na saúde pública. Faz tempo que nenhum governo toma providência para resolver a situação.
E a segurança pública, como vai?
A segurança pública sofre falta de investimentos em pessoal e equipamentos. Comprar viaturas objetivando “passar uma imagem positiva” em pontos estratégicos para inibir meliantes não funciona. É preciso fazer a ronda nas quadras, prender bandidos, garantir segurança para a população. A comunidade está amedrontada, recolhida. Os postos de segurança, aqueles verdinhos colocados durante o governo Arruda, servem de dormitórios para mendigos e meliantes, isso quando não são incendiados. É dinheiro público jogado fora, no lixo! No comércio, as lojas são assaltadas em plena luz do dia, em avenidas, quadras, centros comerciais e até Shoppings Centers. A “insegurança” é total. Os bandidos estão assaltando à mão armada. Quem vai reagir?
Para onde está indo o dinheiro do Fundo Constitucional reservado para essas áreas?
Brasília tinha que dar exemplo de gestão pública, mas infelizmente a verdade é outra. Imagina se a gente enumerar outras áreas deficitárias? Vamos tentar?
Transporte público; Racionamento de Água; A questão dos condomínios e a crescente onda de invasões; A ação desenfreada da Agefis; A geração de empregos e renda que não existe; O combate ao comércio ilegal; A (falta de) cultura; O (a falta de) turismo; As ADE’s (áreas de desenvolvimento)… e por ai vai.
A propósito: tem alguma coisa funcionando bem nesse governo que possa garantir a tal VOLTA POR CIMA DE ROLLEMBERG? O povo quer saber.
O tempo urge! O governo tem menos de 1 ano (antes das próximas eleições de 2018) para mostrar eficiência administrativa. A equipe é fraca e não conhece os problemas da cidade, apresenta dificuldade de relacionamento com lideranças. O vice governador Renato Santana diz que não tem acesso ao governo do qual faz parte e recebe salários, prefere passar o dia nas ruas tirando fotos junto aos seus eleitores e postando nas redes sociais. O primeiro e o segundo escalões são ocupados por desconhecidos, pessoas inexpressivos e sem experiência política, falta o “viés comunitário”. Quem são os secretários de estado e os administradores regionais? Podemos arriscar uma lista?
Liberar recursos é importante, mas o gargalo do governo é bem mais complicado. Basta refletir sobre o texto acima. Por outro lado a falta de um bom nome para disputar o Buriti nas próximas eleições pode ajudar Rollemberg. Cadê os adversários de Rollembverg? Jofran Frejat é destaque entre os prováveis candidatos. Reguffe diz que foi eleito para cumprir o mandato de SENADOR (termina dia 31 de janeiro de 2023). Até lá, nada de nova disputa, garante ele. Com o “poder” da máquina na mão, Rollemberg pode reverter o quadro da impopularidade? E aquele “CHOQUE DE GESTÃO” anunciado durante a campanha de 2014, quando vai entrar em ação? O tempo é curto e a memória do eleitor também. Será que o governador Rollemberg está apostando nisso? Tudo pode acontecer, inclusive nada.
Ricardo Noronha – Jornalista, Radialista e Especialista em Direito Público.
Fonte: SOS Brasília