Em sua sétima edição de condecoração, o Dia do Médico foi comemorado em grande estilo na Câmara Legislativa, nesta sexta-feira (20), onde mais de 400 pessoas, entre médicos, familiares e servidores da saúde lotaram o plenário para a homenagem. De iniciativa do Deputado Bispo Renato Andrade, o evento é um dos mais esperados do ano, pois parabeniza médicos dos setores público e privado, em um cenário de crise e pouca valorização do profissional.
Segundo Bispo Renato, “muitos dos que estão aqui são do serviço público de saúde, que infelizmente não está em sua melhor forma, como nós sonhamos que seja. Por isso, tenho colocado a saúde como prioridade em nosso trabalho”. Ainda segundo o parlamentar, é preciso reconhecer que a saúde pública só não é um caos total, “pela dedicação dos nossos servidores. Apesar da crise que assola o nosso país, é preciso certificar que os nossos médicos fazem verdadeiros milagres, muitas vezes tirando dinheiro do bolso, para que os serviços essenciais não venham a parar”.
O ex-secretário de Saúde, Dr. Jofran Frejat, começou seu discurso falando que “antigamente, nós chamávamos a pessoa que era atendida de paciente. Hoje, paciente é o médico, porque ele está sofrendo”, se referindo ao SUS, como o “maior mecanismo de inclusão social já criado”. Para o cirurgião-geral, Brasília é um ótimo exemplo de como fazer uma gestão de qualidade no serviço público. “Antes, todo mundo queria ser atendido no Hospital de Base. Pessoas das mais diferentes classes sociais eram operadas aqui, mas infelizmente a saúde pública foi desqualificada. Quem imaginaria que em poucos anos chegaríamos a esta situação?”, lamentou.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina do DF, Dr. Jairo Zapata, o Dia do Médico é comemorado no Dia de São Lucas e é uma data que honra a categoria, “que se sacrifica diuturnamente. Uma profissão abnegada e tida como uma profissão de confiança”. Para Celina Leão, co-autora da iniciativa, a saúde pública parece estar precarizada propositalmente, por parte do governo.
O vice-presidente da Associação Médica de Brasília, Dr. Ognev Cosac, parabenizou os profissionais que exercem a medicina com ética e dedicação e relembrou a campanha Outubro Rosa. O conselheiro do Conselho Federal de Medicina, Dr. Sérgio Tamura, afirmou ser um “apaixonado pela medicina”. Segundo ele, existem no país cerca de 400 mil médicos no exercício da profissão, “o que traz a preocupação para o CFM da boa formação dos profissionais, uma vez que o número é alto e muitas faculdades formam médicos indiscriminadamente”.
Para o Dr. Gutemberg Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos, “apesar dos desafios e das imensas dificuldades, nós temos sim o que comemorar nesta noite. Numa época em que a sociedade vê valores éticos sendo digladiados, os médicos mostram que é possível trabalhar com isenção e integridade”.
Segundo a subsecretária de Atenção à Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde, Dra. Marta Vieira, o sistema público de saúde mudou muito no decorrer dos anos, “pois o crescimento de Brasília trouxe o desafio da urbanização para a saúde pública. Este é um fenômeno mundial e não apenas do Distrito Federal”, analisou, pedindo a união da classe médica. O Dr. Renato Maia, presidente da Academia de Medicina de Brasília, defendeu que o Dia do Médico seja um dia de reflexão, pois a classe médica tem sido maltratada sob vários aspectos, citando o exemplo dos médicos de Cuba, que vieram ao Brasil por intermédio do governo federal, em detrimento da valorização dos próprios profissionais.
Fonte: Ascom Bispo Renato Andrade