Grupos ligados à política do DF foram surpreendidos na manhã desse domingo com fotos na rede social Facebook, postada por um petista, em que o ex-governador ex-candidato ao GDF, José Roberto Arruda (PR-DF), participa de bandeiraço em apoio a Dilma Rousseff (PT), na disputa eleitoral do segundo turno. Aos que não entenderam nada, vou explicar, nos mínimos detalhes.
Arruda foi ‘barrado’ pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), pela Lei da Ficha Limpa. Isso porque após ter homologado o registro de candidato ao governo do DF, foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), por improbidade administrativa. Inutilmente Arruda tentou apelar ao Tribunal Superior de Justiça (STJ).
Sem êxito, aos 45 minutos do segundo tempo, Arruda anunciou o vice na chapa, Jofran Frejat (PR), como substituto na disputa eleitoral e colocou a esposa, Flávia Carolina Peres (Flávia Arruda)(PR-DF), para vice. Com seis candidatos concorrendo ao governo do GDF, entre eles e então governador Agnelo Queiroz com , Frejat obteve 27,9% contra 45,2% Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e apenas 20% dos votos válidos de Agnelo Queiroz (PT-DF).
Na campanha para segundo turno Frejat tem como principal arma para tentar desconstruir a imagem de Rollemberg, associar a imagem do pecebista à de Queiroz. Para rebater os ataques, Rollemberg se defende ao afirmar que Frejat é ‘leviano’ e não tem propostas concretas para o DF.
Essa tentativa de Frejat ‘empurrar’ Agnelo para o time de Rollemberg se dá porque a reputação de Queiroz vai de mal a pior. Primeiro porque Agnelo teve a segunda pior rejeição do país enquanto governador. Segundo porque o petista teve o nome envolvido em vários escândalos na cidade.
Alguns deles colocam o nome de Agnelo em desvio de recursos do programa Segundo Tempo, enquanto ministro dos esportes; em negociatas na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) onde foi diretor; e em episódios relacionados ao bicheiro Carlinhos Cachoeira; além de suspeitas de superfaturamento das obras do Estádio Nacional Mané Garrincha. Embora nada tenha sido comprovado ao longo das investigações e processos tenham sido arquivados após investigações.
Vale observar ainda outro personagem até então oculto nessa dissertação, o atual vice-governador de Agnelo, Tadeu Fellipelli (PMDB-DF), também derrotado na reeleição ao compor novamente com Agnelo. Em uma ocasião ao rebater Frejat, Rollemberg questionou o fato do vice-governador, dono na pasta das obras do DF, ter mantido assessores de Arruda, durante a gestão do PT/PMDB, com cargos de assessorias no GDF.
Aliás, a parceria PT/PMDB, também se reproduz em cenário nacional pois Michel Temer (PMDB), concorre a vice de Rousseff à reeleição. A composição tem levado uma verdadeira surra, nas urnas, por parte da população brasileira. Vale lembrar que as duas agremiações partidárias encolheram em média 15% para o próximo mandato a partir de 2015. O principal motivo são o descontentamento da forma de condução política do país e as séries de episódios de corrupção por desvio de recursos públicos, a exemplo do episódio da Petrobrás, que tem como protagonistas, os dois partidos.
E o que tem Arruda a ver com tudo isso? Na esfera do Distrito Federal, se Arruda o ‘capitão mor’ de Frejat e esposo de Flavia, estabelece um laço de apoio com o PT, consequentemente joga por terra toda a desconstrução realizada por Frejat ao longo da batalha do segundo turno. Em outras palavras, se arruda diz à população do DF que apoia Dilma, indiretamente, o petista Agnelo passaria a ser o grande aliado, não de Rollemberg, mas de Frejat.