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22 nov 2024 07:13


INCA estima cerca de 600 mil casos novos de câncer para 2018

Lançamento das estimativas marcou a comemoração do Dia Mundial do Câncer, que contou também com debate sobre fake news

Para comemorar o Dia Mundial de Câncer, o INCA lançou a publicação Estimativa 2018 – Incidência de Câncer no Brasil.  Com exceção do câncer de pele não-melanoma, os tipos de câncer mais frequentes serão os cânceres de próstata (68.220 casos novos) em homens e mama (59.700 mil) em mulheres. Além dos citados, completam a lista dos dez tipos de câncer mais incidentes: cólon e reto (intestino – 36.360), pulmão (31.270), estômago (21.290), colo do útero (16.370), cavidade oral (14.700), sistema nervoso central (11.320), leucemias (10.800) e esôfago (10.970).

“Esta publicação é uma fotografia do cenário atual do câncer no Brasil e uma importante ferramenta para o controle da doença, uma vez que auxilia no planejamento de políticas públicas e gestão dos recursos, além de alertar a população para a adoção de hábitos saudáveis”, ressaltou a diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho.

“A incidência de câncer no mundo cresceu 20% da última década. O impacto se dá principalmente nos países de média e baixa renda”, explicou Marceli de Oliveira, da Divisão de Vigilância e Análise de Situação, da Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do INCA. O câncer de intestino ocupa a cada dia mais espaço, como nos países desenvolvidos, mas ainda há regiões com cânceres relacionados a infecções, como colo do útero e estômago, entre os mais prevalentes.

Seguindo o tema global da União Internacional para Controle do Câncer (UICC), “Nós podemos, eu posso”, foram apresentados no evento vídeos com depoimentos de pessoas que tiveram câncer, para compartilhar as histórias e reduzir o estigma social da doença. O compositor Neguinho da Beija-Flor, que teve um câncer de intestino, enfatizou, no vídeo, a importância do apoio da família, amigos e diversas pessoas para a recuperação.

Para Fabiani Monteiro, ex-paciente do INCA, que participou de um vídeo e recebeu uma homenagem no evento, a maior dificuldade foi o momento do diagnóstico. “Quando descobri o nódulo, pensei, perdi meus filhos”, disse Fabiani. “Tenho muito a agradecer e hoje tento ajudar as pessoas que estão passando pelo que eu passei”.

Na cerimônia, foi realizado também o debate “Fake News, saúde e câncer”, com especialistas do INCA e de outras instituições, para discutir a divulgação de notícias falsas, principalmente, via mídias sociais, que podem dificultar a prevenção e o tratamento da doença.

“Podemos usar os ambientes virtuais a nosso favor. No HCIII, nós temos grupos de pacientes no WhatsApp e usamos para tirar dúvidas e desmistificar questões”, afirmou o diretor do Hospital do Câncer III, Marcelo Bello.

Luciana Maya, nutricionista da Conprev/INCA, explicou que não há alimentos milagrosos e que o desafio é promover o reconhecimento social de que o câncer é uma doença prevenível por meio da alimentação e nutrição.

“Diante de situações críticas, é natural que o ser humano queira encontrar informações. O apoio social, psicológico, também é tratamento. Fizemos uma pesquisa que mostrou que o paciente reage melhor quando tem apoio”, contou Liz Almeida, chefe da Divisão de Pesquisa Populacional do INCA. “O profissional de saúde tem a responsabilidade de passar a informação correta, que temos hoje”, reforçou.

Para Ana Rita Cunha, jornalista do site de checagem de notícias Aos Fatos, é importante que as pessoas tenham uma atitude responsável ao compartilhar notícias, pois a informação incorreta pode chegar a uma pessoa que acabou de receber a notícia de uma doença, e pode estar fragilizada.

“O boato está disputando com verdade. Para quem propaga, é verdade”, afirmou Igor Sacramento, pesquisador de Comunicação e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Igor explicou que o nosso sistema de crenças, de confiança, mudou ao longo da modernidade. “Além disso, o boato se sofisticou, já há vídeos que simulam reportagem de TV, no formato de notícia, e ganham status de notícia”, completou.

Segundo Euler Siqueira, sociólogo e pesquisador do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o fenômeno deve ser percebido como fato social. “O que importa é estar em relação com o outro. Receber e passar adiante”.

O debate foi mediado pelo diretor de jornalismo da BandNews FM, Rodolfo Schneider, e transmitido ao vivo na página do Facebook da emissora.

Fonte: INCA

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