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22 nov 2024 18:43


‘Enfiados’ em corredor do Hospital de Santa Maria, pacientes são impedidos de serem medicados com antibióticos

Com redução de espaço, em decorrência de fechamento de uma ala de internação no Pronto Socorro, gestor determina que pacientes sejam acomodados em corredor, porém, aqueles que precisem de antibióticos só poderão ter acesso ao medicamento após internação

Por Kleber Karpov

Na tarde de sexta-feira (7/Abr), Politica Distrital (PD) recebeu denúncia que pacientes do Pronto Socorro (PS) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), por falta de leitos para internação, estão acomodados em um corredor. E, aqueles que precisarem de antibióticos, só poderão receber a medicação após serem, efetivamente, internados. De acordo com o denunciante, a determinação foi estabelecida pelo gestor, identificado por Marcos, responsável pela cordenação do Pronto Socorro (PS) do HRSM. O caso revoltou além das pessoas que aguardam tratamento, também os servidores da unidade.

Em decorrência do fechamento da Ala C do PS do HRSM, por meio do aplicativo Whatsapp, Marcos estabeleceu diretrizes de atendimento à equipe diurna do hospital. Nele, o gestor explica a necessidade de se fazer ajustes no setor, em decorrência a redução de capacidade de internação.

O gestor recomendou a alocação de pacientes, que deveriam ser internados, “no corredor da sala de medicação, até que surja uma vaga interna” e limitou a medicação apenas aqueles com dor, hipertensão arterial sistêmica e HAS e DM. Porém, aqueles com necessidade de serem medicados com antibióticos, salvo os que haviam iniciado tratamento, esses ficaram impedidos de receber o medicamento, até que fossem internados. “Antibióticos só para os que já começaram o tratamento, se ainda não o mesmo deve iniciar apenas quando for para as alas internas.(Sic)”, determinou.

O que diz a SES

Em nota, a SES refutou a versão do denunciante. “A direção do Hospital Regional de Santa Maria esclarece que as informações não procedem. Ao contrário do que foi afirmado, nenhum paciente deixou de ser atendido e nenhum medicamento deixou de ser prescrito.”.

A pasta alegou ainda que “está passando por uma remodelação do espaço físico para a melhoria do atendimento da população, e esse procedimento levou à necessidade, temporária, de deslocamento dos pacientes para outro espaço do hospital.”.

Secretaria mente, novamente?

Sob sigilo de identidade, a servidora do HRSM denunciou o caso ao PD, por estar revoltada pois pacientes, receberam a prescrição às 11 horas e, somente às 19 horas, que tiveram acesso a medicação.

“Aqui tem uma senhora de quase 80 anos que recebeu a prescrição as 11 da manhã, que deveria ter tomado a medicação no dia 3, e somente ontem [5/Abr] às 19 horas é que essa senhora foi medicada. Estava morrendo de dor e sem medicação. Se um paciente internar precisando de medicação para dor, for diabético ou tiver hipertensão, talvez consiga até ser medicado. Mas, se não for para o setor de internação, a ordem é que não deve iniciar medicação. Isso é um absurdo, desumano”, afirmou ao se referir à paciente Rita Feliz de Lima, de 79 anos.

PD teve acesso ainda a mensagem encaminhada por Marcos à equipe diurna do PS do HRSM, em que fala da redução da capacidade de atendimento e instrui os subordinados sobre como devem proceder em relação ao acolhimento e medicação dos pacientes.

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