Por Luana Pontes
Servidores e dirigentes sindicais da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) cobram a prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) por mais 30 dias. A reivindicação foi realizada em audiência pública na manhã desta terça-feira (15), na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A diretoria da companhia e o GDF foram apontados como principais responsáveis pelo assédio coletivo dos trabalhadores.
Na visão do vice-presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB), autor do debate, a perseguição aos servidores é antiga e constante. “O GDF está promovendo uma isonomia de sofrimento das categorias com o não cumprimento dos compromissos assumidos com os trabalhadores”, aponta o parlamentar. O deputado distrital Raimundo Ribeiro (PPS) endossou a fala de Wellington e parabenizou a reunião. “Nós estamos vivendo um governo lerdo e preguiçoso”, acusou Ribeiro.
Segundo Cristiane Alves, servidora da Caesb, as alegações contra as chefias da Companhia são inúmeras: castigos, suspensão dos atestados de acompanhamento, estagnação dos aumentos salarias e privação de participação em assembleias sindicais. “Nós estamos adoecendo. Temos servidores diariamente diagnosticados com depressão, estresse, abalos físicos e psíquicos”, declarou a servidora.
O diretor do SindÁgua-DF, Pedro Cerqueira Medeiros, reiterou as declarações de assédio moral coletiva, condições de trabalho insalubres, perseguições dentro da empresa e privações. O sindicalista afirmou que o governo está promovendo ataques organizados contra os trabalhadores e pediu a união de todas as categorias. Já Fernanda Fernandes, também dirigente sindical do SindÁgua lembrou que o GDF está cobrando a devolução dos dias de greve realizados em 2016. “Existe desigualdade das forças. É preocupante não ter nem sinalização para o reajuste do ACT que está vencido”, lembrou Fernanda.
O Procurador do Trabalho do Ministério Público do DF, Raimundo Paulo Neto observou que as denúncias de assédio moral em equipe tem sido uma “crescente” nos ambientes de trabalho do DF. “É preocupante o aumento do assédio, mas pedimos que denunciem. O trabalhador precisa ficar atento à cobrança de metas abusivas e outros aspectos”, pontua o procurador.
Acordo Coletivo de Trabalho – O Acordo foi assinado em audiência no Ministério Público do Trabalho no DF (MPT-DF, e) na redação ficou estabelecido que cada funcionário receberia aumento de 1% por cada ano completo de trabalho, até o limite de 41%. No momento da assinatura, ano passado, a Caesb se comprometeu com os funcionários afastados por auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de que teriam os salários pagos integralmente. “As cláusulas do ACT assinado não estão sendo cumpridas”, completou Pedro Medeiros, presidente do Sindágua.
Desdobramentos – O parlamentar Wellington Luiz (MDB) se comprometeu com os servidores de produzir um documento de cobrança com os pontos elencados no debate e encaminhar os órgãos competentes.
Fonte: CLDF