Por Kleber Karpov
Em um artigo publicado na rede social Facebook, o ex-secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Fábio Gondim, questionou as reais intenções do governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), em relação a ação da Agência de Fiscalização de Brasília (AGEFIS), na retirada do painel de prédio no centro de Brasília.
Engenheiro Civil por formação, Gondim chamou atenção para o ‘preparo’ da equipe para, imediatamente, após decisão liminar do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), terem iniciado a retirada do painel de mais de 250m2. Ação essa que precisava de preparação prévia, inclusive com ação do Corpo de Bombeiros.
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Rollemberg, agiu como o homem da anedota que, ao saber que sua esposa o traía no sofá da sala, mandou jogar fora o sofá.
Numa ação autoritária e maquiavélica, Rollemberg deixou sua agência de fiscalização de sobreaviso para, no momento em que saísse uma decisão liminar no plantão do Tribunal de Justiça, fizesse de imediato a desinstalação de um painel eletrônico que veiculava notícias ruins sobre seu governo. Para dar ares de isenção à medida, retirou, também, outros painéis instalados há anos na mesma área.
Chama a atenção a eficiência com que a AGEFIS, minutos depois da decisão liminar, já estava no local, preparada para uma dificílima ação de desmontagem. O painel tem 270 metros quadrados, pesa algumas toneladas e está pendurado na empena de um prédio, a dezenas de metros de altura. Mesmo assim, os funcionários da agência chegaram rápido, municiados dos equipamentos necessários e sabendo exatamente o que fazer. Obviamente, a agência de fiscalização já havia ensaiado a desmontagem e estava preparada para fazê-lo assim que saísse a liminar.
Mais natural seria que a liminar saísse no sábado, os procuradores dessem conhecimento à agência de fiscalização, que, na segunda, iria se reunir com sua equipe para tratar da melhor forma de desmontar um painel daquela dimensão. Nesse ínterim, o Metrópoles poderia recorrer e derrubar a liminar. O painel ficaria lá até que a ação judicial fosse transitada em julgado. Aliás, em situação normal, nem ação contra o painel deveria existir. No máximo, o governo poderia questionar o conteúdo das publicações. No entanto, o governo tinha pressa e tomou todas as medidas necessárias para que não houvesse demora na desmontagem e nem tempo para que o órgão de imprensa pudesse recorrer.
Chama a atenção, todavia, o fato de que o painel foi instalado com a autorização do próprio governo Rollemberg, que, por meio da Secretaria das Cidades, em 29/12/2017, aprovou o pedido de instalação. O Secretário à época era, ninguém menos que Marcos Dantas, braço direito do governador em todos os momentos. E foi o mesmo governo que pediu na Justiça a desinstalação do painel. Isso é inaceitável, seja para a iniciativa privada, que fica refém da insensatez do governo de plantão e pior ainda para a população que corre o risco de ter que arcar com prejuízos que certamente advirão de ações judiciais para reparação de danos, seja pela instalação de um painel autorizado pelo governo, seja pela desinstalação e eventual reinstalação. Esse sim é o verdadeiro prejuízo ao erário!
É preciso que os gestores públicos sejam direta e pessoalmente responsabilizados por eventuais prejuízos decorrentes de sua ação arbitrária. Se a instalação dos painéis não poderia ter sido autorizada, então, que respondam pelo prejuízo quando o Metrópoles e as outras empresas que tiveram seus painéis desinstalados ganharem na Justiça indenização pelos investimentos. Se a desinstalação for revertida pela Justiça e o governo for obrigado a reinstalar os painéis, que os custos de desinstalação e reinstalação também sejam arcados única e exclusivamente pelos agentes públicos que deram causa a essa presepada. O que não pode é o povo continuar pagando pelos desmandos e arbitrariedades de um governo que já está demorando muito para acabar.
No mais, a mulher do homem da anedota continuará sua vida dupla de traição matrimonial em outro móvel da casa, e o governador continuará sendo (ainda mais) criticado pelas suas ações por meio de outros veículos e em outros meios de comunicação.
#FábioGondim