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23 nov 2024 00:39


Artigo: Não existe desenvolvimento sem saúde

Por Carlos Fernando

Há poucas semanas, um dos principais sites do Distrito Federal anunciava: “Remoções de servidores do Base deixam pacientes ‘órfãos’ e agoniados”. E, mesmo assim, o Governo do Distrito Federal (GDF) insiste no erro. A lógica de que “quem tem dor tem pressa”, para eles, Rodrigo Rollemberg e Humberto Fonseca, parece estar invertida: em vez de resolver o problema do atendimento nas unidades de Saúde, que hoje é a principal reclamação da população do DF, removem servidores, compulsoriamente, sem pesar na balança o quão prejudicial isso pode ser.

Nesse contexto, é importante lembrar que o Hospital de Base (como Instituto ou não) é a maior instituição de saúde do Distrito Federal. Justamente por isso, agrega, dentro dele, as especialidades mais complexas da rede pública de saúde. E, nessa leva de profissionais removidos, infelizmente, há vários médicos que, se retirados de lá, deixarão, de fato, muitos pacientes “órfãos”. Por isso, o Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF) tem encarado a medida – que revela todo o autoritarismo da atual administração do Buriti – com grande preocupação e vem buscando todas as instâncias possíveis para reverter as remoções do IHB.

Não podemos e nem iremos abrir mão dessa defesa. Porque, talvez nem todos se lembrem – principalmente o governador e o atual secretário de Saúde -, porém, na transformação do Base em instituto, em agosto do ano passado, independente de qualquer coisa, os dois, Rollemberg e Fonseca, afirmaram aos servidores que quem optasse por permanecer no hospital teria seus direitos garantidos. Agora, isso não está sendo cumprido. E razão, diz o sábio ditado, dá-se a quem tem. Neste caso, sem dúvidas, a razão está ao lado dos servidores e da população, que não aguenta mais ir e voltar dos hospitais e unidades de Saúde sem conseguir atendimento.

E é justamente por essa situação absurda envolver, principalmente, os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS-DF) que me compadeço ainda mais. Represento, hoje, os médicos do Distrito Federal porque sou médico e acredito que a medicina é, antes de tudo, uma missão. Um compromisso que temos com a vida das pessoas. E, apesar de o atual secretário de Saúde também ser formado em medicina, acredito que ele ainda não compreendeu o verdadeiro significado disso.

Agora, concluo mais este artigo fazendo um apelo a todos que me leem: eu sei que a situação não está fácil e manter a luz da esperança acesa é difícil. Porém, população e servidores da Saúde, se nos unirmos, o atual cenário de caos tem os dias contados. Até 7 de outubro, temos que multiplicar e fazer ecoar a voz daqueles que podem transformar essa realidade. A união nos trará dias melhores, tenho certeza. Agora, o projeto de todos nós é um só: recuperar os serviços públicos do DF e, em especial, a saúde. Não existe desenvolvimento sem saúde.

Carlos Fernando é presidente em exercício do SindMédico-DF

 

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