Desenvolvimento, governabilidade, transparência, agilidade e, sobretudo, recursos, ditam os 10 dias pós-eleição de Ibaneis Rocha
Por Kleber Karpov
Em geral, quando um novo governo se elege, o parâmetro de avaliação de estabelece com o vencimento dos primeiros 100 dias. No entanto, no DF, o governado eleito, Ibaneis Rocha (MDB), quebra protocolos e convenções e, aos 10 dias do pós-eleição, ainda no início do processo de transição do governo pode ter criado um novo referencial para as avaliações dos chefes do Executivos.
Abordado em artigo anterior por esse articulista, imediatamente após ganhar as eleições (28/Out), Ibaneis quebrou o protocolo e ligou para o presidente da República, Michel Temer (MDB), e no dia seguinte, se encontrou com o chefe do Executivo federal para tentar garantir recursos para o DF.
Desde então, Ibaneis imprimiu uma maratona de encontros com nomes da classe política, representantes de órgãos de controles, do Legislativo e do Judiciário. Além de apoiadores e membros da sociedade civil organizada. Isso, para garantir a governabilidade do DF, mesmo com sob o discurso de “casa arrumada”, do atual ocupante do Buriti, Rodrigo Rollemberg (PSB), que ainda em campanha, teve que admitir um déficit de cerca de R$ 600 milhões nas contas públicas.
Valor esse que, que o novo chefe do Executivo já tem ciência que deve ultrapassar a cifra de R$ 1,8 bilhões, se considerado dívidas bancárias de R$ 1,2 bilhão somente relativas ao Centro Administrativo (CENTRAD),
Mas, ao contrário de Rollemberg que, desde o início do governo se encapsulou em uma redoma – é redundância mesmo – ao abordar temas, a exemplo do próprio CENTRAD, Ibaneis está em busca de soluções, destravamento de processos, transparência e possibilidades de investimentos para garantir recursos à capital do país.
Outro comparativo que demostra as diferenças na atuação dos dois gestores, colocam novamente Ibaneis, o ‘outsider político’ em um patamar diferenciado do antecessor ao dividir o protagonismo com o vice-governador eleito, Paco Britto (MDB), responsável por comandar a equipe de transição. Isso se comparado, a relação de Rollemberg com Renato Santana (PSD), que, por analogia, se estivesse em um ambiente de trabalho, convencional, fatalmente acionaria o chefe, na Justiça, por assédio moral.
Além da relação com o vice-governador eleito, Ibaneis também deixou claro que deve repartir o bolo, sem transformar o governo em ‘balcão de negócios’ com os partidos aliados. Prova disso foi a reunião com os presidentes dos partidos que o apoiaram durante as eleições no primeiro e segundo turno, que devem fazer indicações de quadros, técnicos, além de apresentar propostas ao governo. Ao contrário de Rollemberg que, optou por caminhos nada ortodoxos e em alguns casos por conduzir o apoio de cabresto.
Óbvio que, ainda em período de transição, composição governo, devem surgir conflitos, e há muito por acontecer. Mas como bem referenciou a deputada distrital, eleita federal, Celina Leão (PP), Ibaneis quando tem que dizer não, o faz diretamente para a pessoa. Ao contrário de Rollemberg que se utilizou de artifícios, muitas vezes dignos da época do coronelismo.
Ao se comparar, as dinâmicas dos dois gestores, talvez nada defina melhor os personagens, que a celebre frase soada pela saudosa jornalista e radialista Lucia Garofalo, diretora presidente da Brasília Super Rádio FM, falecida em setembro do ano passado: “A diferença é a música.”.