Por falta de informação precisa sobre horário de ônibus, distrital é Júlia Lucy se socorre com Uber para deixar de perder compromissos
Por Kleber Karpov
Desde que tomou posse na Câmara Legislativa do DF (CLDF), a deputada distrital, Júlia Lucy (NOVO), que dá expediente, mesmo durante o recesso parlamentar, recorre ao transporte público para ir trabalhar. Porém, para cumprir a promessa de campanha, Júlia Lucy, moradora do Guará, teve que recorrer a medida alternativa, para garantir a chegada, sem atrasos, nos compromissos.
Por duas vezes, Júlia Lucy chegou a relatar nas redes sociais, a necessidade de utilizar o transporte individual, em decorrência dos constantes atrasos dos ônibus. Problema esse que a parlamentar, promete que é pauta ativa, do início das atividades, pós recesso parlamentar.
“Estou aqui, na parada de ônibus, perto da minha casa, estou aqui a 25 minutos o ônibus ainda não passou, já estou preocupada porque nove horas é a primeira reunião do dia. E realmente, essa é uma situação muito difícil, de a pessoa que não tem outra opção de transporte, ficar refém da falta de informação.”, disse ao lembrar que outras cidades conseguiram resolver tal problema.
Falta de respeito
Júlia Lucy chegou a lembrar a falta de respeito por parte das empresas de transporte público, e lembrou que no país, há tecnologia necessária para resolver problemas como a informação desencontrada sobre o horário dos ônibus na cidade. “Essa já é a segunda vez, eu realmente estou muito chateada. Mais uma vez tenho que pegar um UBER para chegar a Câmara.”, disse
Cobrança
Em outra ocasião, de volta para casa Júlia Lucy mandou o recadinho ao Executivo: “A cobrança sobre os horários do ônibus já está sendo preparada. Quem tiver aí do governo já saiba que vai chegar em breve para vocês me responderem.”, disse em tom descontraído, mesmo após alegar o cansaço decorrente do dia puxado.
Embora pertinente o pedido de informações, a cobrança da distrital, vai de encontro a soluções que o, também estreante, no comando do governo do DF, Ibaneis Rocha (MDB), deve ter que trazer à população do DF.
Desafio
Levantamento produzido pelo instituto de pesquisa americano, Expert Market, que analisou as melhores e piores cidades para deslocamento, apontou Brasília, na posição 68 de um total de 74 centros urbanos pesquisados.
Ao todo, sete critérios foram considerados durante a pesquisa: o tempo de viagem, a espera para tomar a condução, a distância total a ser percorrida e o custo mensal do transporte relacionado ao salário médio da população.
No Brasil, o DF perdeu para cidades com Campina Grande (PB), Santos e Baixada Santista (SP), Campinas e Região (SP) e Curitiba (PR). Dos pontos analisados, o DF ficou à frente de Salvador (BA), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Entre os países participantes, além do Brasil, foram analisados cidades da Franca, EUA, Reuno Unido, Italia, Espanha, Equador, Turquia, Canadá, Colômbia, Alemanha, Portugal, Singapura, México, Irlanda e Russia.
Melhores cidades para deslocamento com transporte público | |||
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Ranking | País | Cidade | Placar |
1 | França | Nice | 11.05 |
2 | Equador | Cuenca | 14.78 |
3 | Espanha | Bilbão | 15.08 |
4 | França | Toulouse | 16.02 |
5 | Itália | Catania | 17.82 |
6 | Itália | Bari | 18.83 |
7 | França | Lyon | 18.94 |
8 | Itália | Bologna | 20.27 |
9 | França | Strasbourg | 20.56 |
10 | Reino Unido | Leicester | 24.47 |
Piores cidades para deslocamento com transporte público | |||
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Ranking | País | Cidade | Placar |
65 | Reino Unido | Londres | 68.18 |
66 | Estados Unidos | Miami | 72.87 |
67 | Colômbia | Cali | 75.96 |
68 | Brasil | Brasília | 77.52 |
69 | Canadá | Toronto | 78.56 |
70 | Brasil | Salvador | 78.71 |
71 | Turquia | Istanbul | 81.78 |
72 | Brasil | São Paulo | 83.71 |
73 | Colômbia | Bogotá | 84.12 |
74 | Brasil | Rio de Janeiro | 86.26 |
Fonte: Expert Market
Em tempo
A distrital, é a primeira parlamentar, no DF utilizar o transporte público para o deslocamento durante o trajeto até o trabalho. Mas, a segunda, a tentar fugir dos automóveis para o deslocamento até o trabalho.
Antes da parlamentar, o então deputado federal, Rogério Rosso (PSD), se utilizava de uma bike para chegar a Câmara dos Deputados. Rosso, inclusive, se utilizava de um gabiente menos sofisticado, mas em ponto estratégico, de modo que pudesse substituir as vestimentas de ciclista pelo uniforme dos políticos.
Atualização: 09/01/2019 às 3h41