O tabagismo (tabaco) é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, 30% das mortes por outros tipos de câncer, 25% das doenças vasculares e 25% das mortes por angina e infarto do miocárdio
Comparados aos não fumantes, os fumantes apresentam risco dez vezes maior de contrair de câncer de pulmão, cinco vezes maior de serem vítimas de infarto e de sofrerem de bronquite crônica e enfisema pulmonar e duas vezes maior de sofrer derrame cerebral.
Relatório de 2014 do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos listou 55 doenças que tem o tabaco como origem (conheça a íntegra do relatório – em inglês). As doenças tabaco relacionadas são provocadas por mais de 4.700 substâncias tóxicas liberadas pelo fumo e identificadas em laboratório. O tabagismo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, 30% das mortes por outros tipos de câncer (boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero), 25% das doenças vasculares e 25% das mortes por angina e infarto do miocárdio.
Segundo a dra. Tania Cavalcante, secretária executiva do Instituto Nacional de Câncer (INCA), houve uma queda na mortalidade por câncer de pulmão, doenças cardiovasculares e enfisema, entre outras doenças respiratórias crônicas. “Epidemiologistas fizeram uma análise, publicada no The Lancet [publicação científica britânica da área de saúde] em 2011, que concluiu que essa queda de mortalidade devia-se à redução do tabagismo, único fator de risco modificado nesse período. Os demais fatores para essas doenças, como obesidade e sedentarismo, por exemplo, continuam em crescimento”, relata.
No caso brasileiro, a associação do tabagismo a outras doenças é bastante preocupante, em alguns casos de forma crescente. “O tabagismo tem agravado a tuberculose hoje no Brasil, inclusive a mortalidade decorrente dessa doença. A Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (INCA) está trabalhando junto à área de tuberculose do Ministério da Saúde para capacitar as pessoas que dão o tratamento para essa enfermidade para que também abordem a questão de sua associação com o tabaco, potencializador do agravamento da tuberculose” diz Valeria Cunha, chefe da Divisão de Controle do Tabagismo do INCA.
Marco Antonio de Moraes, diretor técnico da Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, alerta para riscos específicos à saúde feminina. “Para a mulher, o tabagismo pode causar infertilidade, menopausa precoce, complicações na gravidez, inclusive aborto”.
Outras doenças que podem ter seu risco de ocorrência aumentado em decorrência do tabagismo são hipertensão, aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias, trombose vascular, osteoporose, catarata, impotência sexual no homem, complicações na gravidez, entre outras.
Fonte: Saúde Brasil