Por Larissa do Vale
A militarização das escolas públicas aparece como uma resposta à crescente violência no ambiente estudantil, seja contra professores, servidores ou entre os próprios alunos. Entretanto a medida levanta posicionamentos divergentes na sociedade, sendo que alguns posicionam-se favoravelmente e outros contrariamente à sua realização.
No início da noite desta segunda-feira (22), mais de 300 pessoas participaram da Audiência Pública que debateu a Militarização das Escolas Públicas no Distrito Federal. A solenidade, de iniciativa do deputado distrital Hermeto, ocorreu no Plenário da Câmara Legislativa e contou com a presença de alunos, professores, pedagogos, militares e a comunidade em geral.
O projeto piloto de “educação militar”, que é uma novidade no modelo de ensino do Distrito Federal, entrou em vigor no início da gestão do governador Ibaneis Rocha e, atualmente, atende quatro unidades educacionais, o Centro Educacional (CED) 308 do Recanto das Emas, CED 7 de Ceilândia, CED 1 da Estrutural e CED 3 de Sobradinho.
O programa, que depende do sucesso desse projeto piloto, consiste na gestão da Polícia Militar em aspectos administrativos e disciplinares, enquanto os professores, orientadores e coordenadores permanecerão encarregados do conteúdo pedagógico das classes.
Desde a mudança para a gestão compartilhada nas escolas supracitadas o CED 1 da Estrutural atingiu sua capacidade máxima, 1,4 mil estudantes, no CED 308 do Recanto das Emas, pais e alunos dormiram na fila em busca de vagas remanescentes, no CED 3 de Sobradinho foram abertas mais duas turmas para comportar a demanda. E a escola de Ceilândia, CED 7, foi o Centro Educacional que teve maior crescimento de vagas, aumentando a quantidade de estudantes de 1,6 mil para 2 mil.
“O aumento de procura por vagas nessas escolas de gestão compartilhada atingiu sua capacidade máxima. Pais e alunos dormiram na fila em busca de vagas remanescentes e não tem mais vagas “, afirmou o deputado Hermeto.
Além disso, em tais escolas é possível deparar-se com um ambiente seguro, livre da criminalidade e da violência escolar – ao contrário das escolas públicas comandadas por civis, onde não raros são os casos de agressões a alunos e professores, abuso e até mesmo tráfico de drogas dentro das próprias instituições de ensino, conforme informações levantadas por distritais presentes.
De forma a promover e defender a democracia, Hermeto ao presidir a Audiência intercalou as falas do público entre aqueles que são a favor do militarismo e aqueles que são contra. Apesar da busca por um discurso de legitimidade da militarização de escolas públicas, é possível perceber posições contrárias à medida entre algumas pessoas “Não entendo o projeto como benéfico para a área onde estou trabalhando, a Ceilândia, até hoje faltam livros e têm alunos recebendo advertência por usar piercing”, replicou a professora Carla Vanessa.
Entre as autoridades estiveram presentes os deputados distritais, Leandro Grass (REDE), Júlia Lucy (NOVO), Fábio Felix (Psol) e Jorge Viana (PODE), as deputadas federais Bia Kicis (PSL) e Paula Belmonte (PPS), o secretário de segurança Anderson Torres, o secretário adjunto de Educação Mauro de Oliveira, a comandante geral da PMDF coronel Sheyla Sampaio e o representante do Corpo de Bombeiros Tenente Coronel Ferreira.
Fonte: Ascom Hermeto