Parentes de pacientes podem levar vírus e até mesmo superbactérias para casa. Com isso pessoas saudáveis podem aumentar o número de pacientes nas unidades de saúde.
A falta de controle de infecções nas unidades de saúde já vitimou mais de 100 pacientes por contraírem superbactérias nas unidades de saúde. Dessas quatro idosos morreram após contrair a bactéria multirresistente KPC. A estrutura necessária para garantir a higienização dos ambientes hospitalares está comprometida. A falta de médicos e profissionais de saúde, de antibióticos e até de materiais de limpeza, somados aos hospitais superlotados mantém um prognóstico desastroso para saúde pública do DF. E outro problema pode agravar a situação. A disseminação de vírus e bactérias, fora do ambiente hospitalar, pode vitimar mais pessoas.
Isso porque uma prática nova, com a conivência do Estado, começa a virar realidade. Em algumas unidades de saúde, para que os pacientes não sejam obrigados a conviver ambientes mau higienizados, os parentes estão levando toalhas e lençóis sujos, que podem estar contaminados, para lavar em casa. Essas cenas começam a se tornar corriqueiras em reportagens de emissoras de TV nas últimas semanas.
Além da lavagem de roubas em residências de parentes de pacientes, outro problema exibido recentemente é a higienização de ambientes hospitalares, a exemplo de banheiros, realizados por parentes e até por pacientes internados nas unidades de Saúde. A ‘limpeza’ de banheiros, por exemplo, em alguns hospitais são realizadas por pessoas sem o devido treinamento e o que é pior, sem equipamentos de proteção individual (EPI).
E pode levar para casa?
Essas práticas são tão inusitadas que Política Distrital, procurou a divisão de vigilância epidemiológica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que por meio da Assessoria de Comunicação (Ascom), questionou o blog se o interesse pela informação era para saber se a prática era permitida, o que foi confirmado.
Isso porque, de acordo com a Ascom da Anvisa: “Não temos um parecer pronto sobre esta questão.”, e pediu um prazo maior para “fechar um parecer” sobre a informação solicitada. Embora a assessoria, tenha informado que, caso o questionamento tivesse relação com ocorrências no Distrito Federal, o Blog deveria procurar a Vigilância Sanitária do DF.
Política Distrital encaminhou o mesmo questionamento à Secretaria de Estado de Saúde do DF, mas até a publicação da matéria, nenhum parecer foi recebido. O Blog conversou ainda com o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico), doutor, Guttemberg Fialho, que foi enfático: “Desde que surgiu esse problema das superbactérias, nós estamos denunciando. Não se pode permitir isso.”, afirmou.
Omissão do estado
A prática começa a ganhar força entre parentes de pacientes nas unidades de saúde, precisam ser inibidas pelo Estado, que até o momento, sequer se manifestou contrário à prática. Será que o secretário de Saúde vai aguardar relatos de pessoas que deram entrada nos hospitais, por ter em comum, parentes internados e levado as roupas sujas para lavar em casa?