O secretário de Saúde, João Batista, participou, à convite, de Audiência Pública na Câmara Legislativa do DF (CLDF), na segunda-feira (15/Jun), convocada pelos distritais Ricardo Valle (PT) e Reginaldo Veras (PDT), presidentes das comissões de Defesa dos Direitos Humanos, Ética, Cidadania e Decoro Parlamentar; e de Educação, Saúde e Cultura. O convite foi para que Sousa pudesse tentar explicar a ineficiência da gestão à frente da pasta da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF).
Na ocasião Sousa explicou que o problema a SES-DF se resume a déficit, de recursos, uma vez que dos R$ 6 bilhões destinados à Saúde do DF, 81% são para custeio da folha de pagamento; de profissionais, uma vez que segundo Sousa, há ainda na rede a falta de cerca 12 mil servidores, 290 vagas em UTIs, 3.167 leitos, considerando os parâmetros máximos. Para atender à demanda, seria necessário a construção de 138 novas unidades básicas. Para Sousa: “O sistema de saúde do DF funciona hoje graças à dedicação de servidores comprometidos”, afirmou.
O Secretário criticou ainda a falta de recursos e reconheceu o desabastecimento de medicamentos na rede. Sousa reconheceu que vários itens medicamentosos “chegaram a zero”, mas garantiu que “todos os processos de compra de medicamentos já foram requisitados.”, afirmou.
Em meio ao caos uma boa Notícia
Sousa anunciou a reabertura de setenta leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), até o final deste mês.
Mas infelizmente a gestão de Sousa, tão preocupada com Organizações Sociais, parece ignorar que, mesmo a médio e longo prazo, temas relevantes a exemplo da contenção de gastos exorbitantes em horas extras e de compras emergenciais por parte da Secretaria, poderiam ajudar a equalizar as receitas da SES-DF.
Cadê os deputados?
Na Audiência Pública se fizeram presentes os deputados Agaciel Maia (PTC), Raimundo Ribeiro (PSDB), Bispo Renato (PR), Wellington Luiz (PMDB), Wasny de Roure (PT), Júlio César (PRB) e Rafael Prudente (PMDB).
Alguns parlamentares parecem não ter compreendido o novo momento demandado pela sociedade que espera que se façam presentes a discussões de temas tão relevantes à sociedade, a exemplo da Saúde Pública do DF.
Audiências públicas na CLDF em geral contam com a participação, quando muito, de meia dúzia de deputados. Será que os parlamentares encaram a participação ativa, em ato dessa magnitude, apenas como uma mera ação ou atividade política de um colega, em que comparecer e ser efetivo nas cobranças dos interesses da sociedade, se torna mero sinônimo de se ´prestigiar’ um colega e não uma ação política efetiva relevante à sociedade?
E chico Vigilante?
Um dos maiores críticos da pasta da Saúde na CLDF é sem dúvida, o oposicionaista ao governo, o distrital, Chico Vigilante (PT), e o blog Política Distrital não deixou passar batido essa ausência e questionou ao deputado o motivo da ausência.
Segundo Vigilante a ausência se justificou por estar em consulta médica. Mas o distrital foi além: “Primeiro tive uma consulta médica que demorou bastante e segundo porque era convite. Se fosse convocação eu até cancelava a consulta. Convite o cara vai lá e mente e não tem consequência nenhuma. Que foi o que eu denunciei e cobrei hoje porque ele mentiu descaradamente lá na audiência porque o que estava destinado para custeio era R$ 1 bilhão e ele disse que já tinha 110% e é mentira e eu provei isso hoje. Ele só empenhou 75% e pagou 52%..Portanto isso era uma mentira deslavada o que ele cometeu lá na Câmara. Como era convite pode mentir que não tem nenhuma consequência. Se fosse convocação poderia ser enquadrado por crime de responsabilidade.”, atirou Vigilante.