Com volume daria para abastecer 30% população brasileira, por um ano
Por Kleber Karpov
Um estudo de 2017, divulgado pelo Instituto Trata Brasil e a Consultoria GO Associados, nesta quarta (5/Jun), aponta o volume e água perdida no sistema de abastecimento no país, chega a 6,5 bilhões de metros cúbicos por ano. Ao todo, 38,3% da captação, pronta para o consumo, deixa de chegar as torneiras, seja por vazamentos ou os ‘gatos’, as famosas instalações clandestinas.
Segundo o estudo, na região Norte, o volume perdido é mais crítico e chega a 55,14%. Roraima aponta o número mais expressivo. A cada 100 litros captados pela companhia de abastecimento de água, apenas 25 chegam aos usuários. No Amazonas, o percentual de perda chega aos 69%, seguido do Amapá com 66%. Com menor nível de desperdício está a Centro-Oeste, com 34,4%, com destaque para Goiás com perda de 26%.
Na quarta posição, entre os que menos desperdiçam água, no Distrito Federal, esse volume é de 34%. Porém, especialistas, observam que a capital do país, é uma cidade nova, portanto, deveria apresentar índice melhor, uma vez que as instalações hidráulicas são relativamente novas.
Prejuízo
O estudo aponta ainda que as perdas de água, em 2017, se comparada aos últimos anos, teve um leve crescimento. Os dados de 2015 apontavam para um índice de 36,7%, em 2016 ficou em 38,1% e em 2017, últimos números disponíveis e que embasam a pesquisa do Trata Brasil, chegou a 38,3%. Em valores, o total perdido pelas companhias distribuidoras fica em R$ 11,4 bilhões ao ano.
Congresso
No final de abril, a Câmara dos Deputados, deu início a tramitação do Projeto de Lei PL no 2427/2019, originado no senado, PLS no 317/2018, de autoria do Senador Lazier Martins. O PL altera a Lei nº 11.445/2007, e a Lei nº 9.433/1997, para incentivar a redução de perdas na distribuição de água tratada. Isso por meio de alterações de diretrizes do saneamento básico e da Política Nacional de Recursos Hídricos.
Nesta última é acrescentado dispositivo permitindo que valores arrecadados com a cobrança do uso de recursos hídricos sejam usados também no financiamento de projetos voltados para a redução de perdas no abastecimento.
Já na lei sobre a política federal de saneamento básico o texto inclui a redução das perdas na distribuição de água tratada como princípio fundamental, e a previsão de que a concessão dos serviços de saneamento básico seja feita por consórcio público de que participem os titulares dos serviços. A intenção, de acordo com Lasier, é viabilizar economicamente os investimentos necessários ao setor.
Com informações de Agência Brasil, Agência Senado e CBN