Objetivo é criar salas de acolhimento nas UBS de Santa Maria e Gama
Por Leandro Cipriano
As unidades básicas de saúde (UBS) da Santa Maria e do Gama terão novas salas de acolhimento, com enfermeiros e técnicos de enfermagem no atendimento à população, para melhorar o fluxo na Atenção Primária e desafogar a demanda no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). A previsão é de que, na próxima semana, os gestores já organizem as estruturas nas unidades de Santa Maria e, em um segundo momento, nas do Gama.
A iniciativa foi definida nesta quarta-feira (17), em reunião no HRSM entre os representantes da Secretaria de Saúde, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) e dos conselhos de saúde do Gama e de Santa Maria. A ação é uma segunda etapa do projeto-piloto iniciado em junho deste ano, em Ceilândia, para organizar o fluxo de atendimentos e prestar um melhor serviço à população.
Presente à reunião, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, afirmou que as salas de acolhimento garantem a solução da maior parte dos atendimentos da demanda espontânea. Normalmente, são casos mais simples, como febres ou dores de cabeça, que não precisam, necessariamente, de um atendimento voltado à figura do médico.
“Temos 85% de resolutividade dos atendimentos nas salas de acolhimento que estamos implantando nas unidades básicas de saúde. E os enfermeiros têm como atender a esses pacientes. Mesmo assim, vamos capacitá-los ainda mais e, desta forma, eles contribuirão para garantir um melhor fluxo nos atendimentos”, explicou Okumoto.
Próximos passos
De acordo com o coordenador de Atenção Primária à Saúde, Elissandro Noronha, na próxima semana, será iniciado o treinamento das equipes de enfermeiros e técnicos de enfermagem para atenderem os 19 protocolos da Atenção Primária previstos na demanda espontânea.
“Esses protocolos respaldam os profissionais a atenderem e solucionarem os problemas da população, prescrevendo antibióticos, por exemplo. Também vamos garantir uma qualificação melhor para esses profissionais, para que se sintam mais seguros no atendimento à população”, informou Noronha.
Os enfermeiros e técnicos de enfermagem serão remanejados de locais da rede pública onde há excedentes na Atenção Primária ou que estejam dentro da UBS, mas não compõem as equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF). As salas serão organizadas pelos gestores de cada unidade para fixar os profissionais.
“A prioridade é iniciar em sete UBS de Santa Maria, com sete salas de acolhimento. À medida que formos desenvolvendo a iniciativa, também iniciaremos no Gama e, no futuro, em todo o Distrito Federal”, ressaltou o coordenador.
Retaguarda
Para o diretor-presidente do Iges-DF, Francisco Araújo, apesar das ações já implementadas no HRSM, como a contratação de 400 profissionais, realização de reformas, abertura de leitos, além da futura construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Gama, ainda é necessária uma retaguarda para o hospital nos atendimentos, que é papel das UBS.
“A porta de entrada é a Atenção Primária. Essa integração é fundamental, porque percebemos que, até por falta de informação, a população vem ao hospital, quando é uma demanda de posto de saúde. Por isso queremos criar um fluxo melhor. Quase metade dos atendimentos do HRSM, que são do Entorno, poderia ser feita dentro de uma UBS”, ressaltou Araújo.
Demanda
A população da Região de Saúde Sul é estimada em 302.771 pessoas. São 139.832 em Santa Maria e 162.939 no Gama, sem contar o Entorno.
São 29 unidades básicas de saúde existentes na região, sendo 18 em Santa Maria e 11 no Gama. Ao todo, 27 equipes de Saúde da Família atendem na primeira região administrativa, e 39 na segunda.
Fonte: Agência Saúde DF