Melhorar a gestão é o mantra de Fábio Gondim. Escolhido para assumir a Secretaria de Saúde, o consultor legislativo do Senado Federal nunca trabalhou na área, mas se diz o mais indicado para assumir o cargo por ser especialista em gestão pública. Ligado à família do ex-presidente José Sarney (PMDB), ele chefiou importantes pastas no governo de Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão e foi candidato a deputado federal ano passado pelo PT. Em entrevista ao Correio, ele conta que se desfiliou da sigla e agora só trabalha para o “partido da saúde do DF”.
Fora da área médica
O governador tem uma percepção de que o problema da saúde é um problema de gestão. São questões de falta de estoque, de insumos, de medicamentos, falta de gestão de pessoas, escala de trabalho, distribuição de recursos humanos. Toda essa gestão precisa ser feita da forma correta. Pelo contato que tive com a equipe, o problema parece ser esse mesmo. Não é tanto do sistema de saúde em si. Não está funcionando por falta de habilidade administrativo. E, para ser secretário de Saúde, a pessoa não precisa fazer cirurgia ou ser especialista em epidemiologia. Precisa administrar diversos agentes trabalhando em sintonia, saber cobrar resultado, definir indicadores.
Primeiras ações
Se não tiver marcado um horário, às vezes não consegue ser atendida. Vamos fazer uma agenda aberta em um curto espaço de tempo. As pessoas poderão ser atendidas em casos mais simples. E nós iremos às cidades. Também vamos dar atenção especial às escalas, para que falhas de falta de profissional não aconteçam. Vamos fazer gestão de forma eficiente, melhorar o espaço físico dos hospitais, oferecer um atendimento melhor. Já falei: falta de dinheiro não é desculpa para falta de respeito com o ser humano. Ainda que tenha dificuldade, o cidadão tem que ser recebido com sorriso, atenção e respeito.
Superbactérias
Eu ainda não assumi, tomo posse na segunda-feira. Mas já tive um primeiro contato com a equipe e perguntei sobre o plano de enfrentamento que está em andamento. O plano está adequado e em plena implantação. E as bactérias multirresistentes são um problema do mundo todo, não só de Brasília. Procurei tomar conhecimento do assunto, pois não gosto de ter a verdade escondida. E os especialistas afirmam que não há surto, o povo não precisa ficar preocupado.
PT
Vim para o governo como gestor e o governador fez questão de não politizar a Saúde. Havia pressão política para que a secretaria fosse assumida por outros grupos, e ele resistiu à pressão. Ele teve o desprendimento de me convidar, pois verificou em mim alguém que pode ajudar. Eu, vendo a situação e a politização que poderia causar, por iniciativa própria achei que deveria me desfiliar e tirar o assunto de pauta. Abri mão de uma suplência de deputado federal pelo Maranhão para poder me dedicar ao partido da saúde do DF. Esse é meu assunto.
Ponto eletrônico
Costumo dizer o seguinte: o ser humano é o mesmo em qualquer classe. Sempre tem alguém que trabalha no sentido de burlar a regra, sem consideração com os colegas. Mas posso afirmar duas coisas: isso não é regra, é exceção, e a Secretaria de Saúde está mais bem equipada em sistemas de ponto eletrônico do que imaginei. Eu conheci o sistema e garanto que é excelente. Pedimos que o gestor da ponta use as informações do sistema para poder acabar com esse tipo de coisa (fraudes). De longe, o sistema parece estar bom, mas só quem está na ponta sabe disso de fato.