Agência Brasília*
Treinar os colaboradores e profissionais da rede pública de saúde em situações que simulem as práticas mais desafiadoras e reais do atendimento. Esse é o objetivo do primeiro Centro de Simulação Realística do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), inaugurado nesta segunda-feira (18), em parceria com a Secretaria de Saúde. O novo laboratório fica localizado no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
“O instituto tem 15 metas estruturantes para fortalecer a política de saúde do DF, e o Centro de Simulação Realística é uma delas. Com ele, aumentaremos nossa qualificação, para melhorar e elevar o nível dos nossos profissionais”, afirmou o secretário de Saúde, Francisco Araújo, presente na inauguração.
Equipamentos
No total, foram investidos cerca de R$ 400 mil na estrutura do centro. A unidade é equipada com aparelhos médicos, 18 bonecos simuladores que reproduzem os sinais vitais de uma pessoa, quatro câmeras com aproximação das imagens e captação de sons, instaladas em diferentes pontos do local, para garantir uma variedade de ângulos nas cenas de simulação, além de transmitirem as imagens em tempo real.
A unidade tem ainda uma porta espelhada para facilitar a observação de quem está do lado fora, sem que a equipe em treinamento se sinta observada. Com isso, podem ficar totalmente imersos na simulação, ao mesmo tempo que os observadores conseguem apontar, em cada etapa do cenário, o que pode ser melhorado na prática.
Qualificação
“O centro irá potencializar, e muito, as ações dos profissionais, qualificando o processo assistencial e permitindo que eles, a partir dos conhecimentos, habilidades e atitudes, possam estar se aperfeiçoando e se desenvolvendo, fazendo uma melhor entrega para a sociedade”, destacou o diretor-presidente do Iges-DF, Sérgio Costa.
Na primeira simulação prática apresentada aos gestores de saúde, foi mostrado o atendimento a um “paciente” com dificuldades respiratórias, um dos principais sintomas dos acometidos pela Covid-19. Para o secretário de Saúde, treinamentos como esse serão essenciais para melhorar a prática dos serviços prestados as pessoas infectadas pelo coronavírus.
“Essa ferramenta fará uma grande diferença em meio a pandemia, porque teremos profissionais mais preparados, mais capacitados e mais habilitados para atuar na rede”, destacou Francisco Araújo, após observar a simulação.
De acordo com o diretor de Inovação, Ensino e Pesquisa do Iges-DF, Everton Macedo, um dos maiores benefícios trazidos pela antecipação da inauguração do centro, prevista para julho, é o treinamento dos colaboradores e servidores no enfrentamento ao coronavírus.
“Ou seja, todos os profissionais que vão se deparar com a necessidade de atender pacientes graves e críticos com Covid-19 já vão estar bem mais preparados, uma vez que vão poder usufruir de toda essa estrutura que foi colocada a seu dispor”, completou o gestor.
Aproveitamento
Com a unidade à disposição dos cerca de 8 mil colaboradores do Iges-DF, além de toda a rede da Secretaria de Saúde, a expectativa do diretor de Inovação é que a fixação das melhores práticas de atendimento entre os profissionais chegue a até 80% mais que em uma sala de aula, por exemplo, onde essa fixação pode cair para até 10%.
“Eles vão encarar o que há de mais desafiador durante os atendimentos realizados à população. Assim, quando estiverem em contato com uma situação real de um paciente, vão poder responder da forma mais rápida e adequada possível com os cenários que eles vão encontrar em sua prática diária”, ressaltou Everton Macedo.
Os treinamentos estarão voltados a diferentes setores, incluindo enfermagem, equipe multiprofissional e médica. A expectativa é de que sejam treinados mais de mil colaboradores por ano.
Estrutura
O Centro conta com uma área de 98,16 metros quadrados, com sala de simulação, cabine de comando e sala de ensino. A simulação é realizada em um espaço fechado, com uma das paredes de vidro.
Do lado de fora, possui quatro câmeras de alta fidelidade e microfones modernos instalados na sala que capturam todos os procedimentos. Quem está simulando o atendimento não consegue ver a plateia.
Da cabine de comando, equipada com monitores, fones de ouvido e microfones, as orientações são enviadas para a sala de simulação. Na sala anexa, a equipe composta por até 15 pessoas, pode ver e ouvir por meio de duas telas que captam as imagens e informações do monitor cardíaco instalado na sala de simulação.
Fonte: Agência Brasília