Por Kleber Karpov
Um memorando encaminhado pela chefe do Núcleo de Apoio Operacional (NAO), do Centro de Saúde 03 de Sobradinho (CSS 3), Rita Gomes Siqueira, na sexta-feira (25/set), despertou a ira de servidores e representantes sindicais. Isso porque o documento cobrou das chefias e gerências daquela unidade, que encaminhasse para a seção de pessoal, a lista de presença de presença de cada sindicato, dos servidores que estiveram presentes na paralisação de quinta-feira (24/Set).
Embora fique claro que o documento tem por finalidade subsidiar a referida unidade dos servidores de modo que a Coordenadoria pudesse justificar a ausência dos profissionais que estiveram na paralisação, o tom de intimidação abordado no memorando não foi bem recebido por servidores e representantes de entidades sindicais.
Isso porque Rita Gomes fez questão de mencionar e reiterar que caso as listas de presenças assinadas pelos servidores em posse dos respectivos comandos de greves dos sindicatos, não fossem repassadas à seção de pessoal do CSS 3, o servidor responsável por repassar tais informações estaria sujeito a responder Processo Administrativo disciplinar (PAD).
SindSaúde se posiciona
Uma das entidades a questionar a postura de Rita Gomes foi Sindicato dos Servidores em Estabelecimentos em Saúde do DF (SindSaúde-DF), presidido por Marli Rodrigues. Em nota publicada no website da Entidade um dos trechos menciona: “Uma atitude como essa nos faz recordar da época da ditadura. A senhora Rita não percebeu que o mundo mudou e agiu sem antes consultar seus superiores ou receber ordens diretas da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, extrapolando, flagrantemente, as suas competências. Ela que é AOSD em Enfermagem, se beneficiou, assim como, todos aqueles que não vão para a luta, da incorporação da Gata e da isonomia de carga horária.”
O que diz a SES-DF
Questionado sobre o documento emitido pela Coordenadoria de Sobradinho, ao Política Distrital, o secretário da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Fábio Gondim, explicou que compreende o momento crítico da saúde e está sensível ao dilema enfrentado pelos servidores. Segundo Gondim: “Com essa crise que vivemos na Saúde do DF, os ânimos de todos estão exaltados e temos que relevar. De todo modo vamos apurar se houve excessos por parte da coordenação.”, afirmou.
Opinião
Lamentável é que o SindSaúde que referenciou a ditadura da ao caso a conotação de “o sujo falando do mal lavado”, uma vez que a Entidade se tornou um péssimo referencial em práticas de abusos contra trabalhadores, ou ainda a exemplo do que ocorreu há cerca de 30 dias, promoveu uma humilhação pública ao promover a ‘demissão’ da gerente da unidade, a enfermeira, Célia Regina da Costa Silva, no Centro de Saúde Nº 01 do Gama, ato condenado por diversas instituições ligadas à Saúde do DF, incluindo a própria SES-DF.
Confira o documento na íntegra