As Forças Armadas pressionam o Palácio do Planalto e o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, para que decidam se ele será efetivado no cargo na pasta ou se retorna para o serviço ativo do Exército.
O movimento cresceu depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes apontou em uma live no sábado que “o Exército se associou a um genocídio” ao ter um general da ativa no cargo. A reação das forças foi dura, com nota e uma representação na Procuradoria-Geral da República contra Gilmar. Mas internamente o Exército sabe que a situação chegou ao limite.
A avaliação é a de que a interinidade de Pazuello no cargo se estendeu além do esperado. Ele assumiu como secretário-executivo na pasta no dia 22 de abril. E como interino no dia 16 de maio. Assim, já são quase três meses que ele deixou o posto de comandante da Amazônia, um dos mais prestigiados do Exército.
A interlocutores, ele tem dito que não pretende assumir o ministério e prefere voltar ao Exército, mas que esse movimento tem de partir do comandante supremo das Forças Armadas o presidente Jair Bolsonaro.
No Palácio do Planalto, a ideia era a de que ele ficasse até agosto, mas o debate já foi retomado e há possibilidade de uma troca ocorrer ainda neste mês.
Pazuello disse em conversas recentes não ter apego ao cargo. De acordo com relatos feitos à CNN, o general da ativa deixou claro que sua intenção é voltar à atividade militar para alcançar as quatro estrelas, topo da carreira.
Há também uma insatisfação no Congresso com Pazuello. Embora o ministro interino tenha dado agilidade a demandas dos estados e municípios, líderes do Legislativo têm dito que o general não respeita um acordo no repasse de verbas.
Apesar da pressão pela saída de Pazuello, uma ala do governo tem defendido cautela. A avaliação desse grupo é a de que o expurgo do general neste momento pode ser visto como uma consequência das declarações e Gilmar Mendes.
Fonte: Agenda Capital