Mesmo declaradas ilegais pela Justiça, servidores da Saúde, decidiram manter greve e cobram reajustes de salários.
Por Kleber Karpov
Os sindicatos que representam os servidores GDF decidiram, em assembleias realizadas na quinta-feira (15/Out), manter a greve mesmo após a declaração de ilegalidade por parte do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). Os sindicatos promoveram se mobilizaram na Câmara Legislativa do DF (CLDF) para pedir apoio aos deputados distritais e cobrar do governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), o pagamento dos reajustes que incorporam as gratificações, concedidos em 2014, pelo antecessor, Agnelo Queiroz (PT).
Ao blog Política Distrital o vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF), Jorge Vianna, afirmou que os servidores estão dispostos a fazer manter o movimento até que o governo apresente uma solução plausível: “Quase dois mil técnicos e auxiliares lotaram a Câmara Legislativa para pedir apoio aos distritais. Mostramos nossa força e esperamos que os deputados vistam ‘a camisa’ dos servidores e não fiquem apenas assistindo de camarote, a saúde, a educação e outros segmentos do governo pararem o DF. Somos parte da população, os deputados também nos representam, e querem os um posicionamento deles para ajudar a resolver o nosso problema.”, afirmou Vianna.
Judicialização
Ainda de acordo com o Sindicalista, a judicialização da greve serviu apenas para unir os servidores: “Rollemberg conseguiu algo inédito, unir todos os servidores do GDF, por causa da judicialização da greve e, nós retribuímos com um aplauso coletivo dos servidores em frente ao Palácio do Buriti, após termos saído da Câmara Legislativa.”, concluiu Vianna.
Professores cruzam os braços
Além dos servidores da Saúde – médicos, auxiliares e técnicos de enfermagem e administrativos –, da administração direta, dos agentes penitenciários e funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), os profissionais da Educação também decretaram cruzaram os braços por tempo indeterminado. Em ato público realizado na Praça do Relógio, em Taguatinga (14/Out), cerca de três mil profissionais de educação do DF deram início à greve contra a perda de direitos e salário.
O diretor do Sindicato dos Professores, Cláudio Antunes, foi enfático: “O governo do DF não estão cumprindo a lei e ainda reduziu os salários dos professores. Estamos tendo prejuízos nos salários devido ao calote do Rollemberg e isto não aceitaremos.”, declarou Antunes, em relação à postura do governo Rollemberg, que “insiste em não cumprir as leis, aplicando o calote nos docentes”.
Apoio do Legislativo
Na CLDF, embora a Casa estivesse vazia, os distritais: Reginaldo Veras (PDT), Wasny Nakle de Roure (PT) e um representante de Ricardo Valle (PT), manifestaram apoio à greve dos servidores do GDF. Outro nome de peso que se manifestou favorável a mobilização dos trabalhadores foi o senador, Hélio José (PSD).
O deputado federal, Alberto Fraga (DEM), também se solidarizou com a greve dos professores. No plenário da Câmara dos deputados, na tarde de quinta-feira (15/10), criticou o governo: “Parece-me que Brasília foi amaldiçoada pelos seus governantes. Tivemos um desastre que foi o governador do PT, entra agora um governador do PSB e está causando um desastre no Distrito Federal. Para que vocês possam ter uma ideia hoje é dia do professor e ao invés dos professores comemorarem o seu dia, entraram de greve porque um direito que eles haviam conseguido no governo passado, o governo atual se recusa a conceder esse reajuste. Fica aqui o meu apoio aos professores porque lutam pelos seus direitos. E que o Governador do Distrito Federal que está ajudando, contribuindo para destruir a nossa Capital da República tenha um pouco mais de vergonha na cara e competência para resolver o problema do professor, da saúde e da segurança pública.”, atirou Fraga.
Enquanto isso…
O governador do DF em entrevista ao DFTV 1ª Edição (15/Out), na Rede Globo, em relação à greve dos servidores, apenas falou que os sindicalistas estão descumprindo uma determinação judicial por utilizarem táticas para não serem notificados pela Justiça.
A pergunta que não quer calar é: Será que Rollemberg ou a equipe de governo está buscando alguma forma para garantir que se estabeleça um cronograma de pagamento dos reajustes que deveriam ocorrer em setembro, para antes de maio de 2016¿ Ou Rollemberg vai manter a queda de braço com os sindicatos e servidores e deixar a população a ver cadeiras vazias.