Nesta quarta, manifestação terminou com quatro docentes detidos. Corporação usou bombas, gás e balas de borracha para liberar Eixão Sul
Por Isabella Calzolari
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, defendeu nesta quinta-feira (29) a ação da Polícia Militar durante uma manifestação de professores no Eixão Sul no fim da tarde desta quarta, que resultou na prisão de quatro docentes. A PM usou bombas de efeito moral, gás de pimenta e balas de borracha para liberar a via. O gestor disse ainda que a corporação atuou para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos, mas que qualquer possível excesso será apurado.
“Nós não podemos admitir que um grupo de dezenas de sindicalistas possa infernizar centenas de milhares de pessoas que depois de um dia de trabalho têm que se deslocar para as suas casas. Nesses casos, não resta outra alternativa do governo de usar a polícia para fazer a desobstrução das vias para que as pessoas tenham garantido seu direito de ir e vir”, declarou.
“Nós queremos fazer isso com firmeza, mas sem qualquer tipo de excesso. Qualquer excesso será apurado pela Polícia Militar, porque não queremos excessos, mas temos que garantir o direito das pessoas de ir e vir.”
Em nota divulgada também nesta quinta, a Polícia Militar disse que foi chamada para desobstruir as saídas norte e sul do Eixão e que foram feitas “diversas tentativas de negociação”, sem sucesso.
“Sem acordo, foi necessário o uso progressivo da força para garantir a liberação da via. Esclarecemos ainda que, não houve excessos por parte desta instituição e nossos policiais agiram de acordo com o que manda a legislação vigente, respeitamos os direitos humanos e a ação tinha como objetivo apenas garantir a vontade da maioria da população, o direito constitucional de ir e vir”, diz a nota.
A declaração do governador foi dada à imprensa depois que da cerimônia de entrega de 928 apartamentos de baixa renda no Paranoá, ao lado da presidente Dilma Rousseff, na manhã desta quinta-feira (29). Rollemberg foi vaiado durante discurso no local.
Ao ser questionado se havia ameaçado algum servidor, Rollemberg, que já estava se retirando da coletiva de imprensa realizada, voltou e disse: “De forma alguma, jamais ameacei ninguém.”
Enquanto participava do evento ao lado de Dilma, professores faziam uma marcha pela marginal da EPTG até a residência oficial de Águas Claras, para exigir o pagamento dos reajustes e protestar contra a ação da polícia contra servidores em greve.
O evento também contou com a presença do secretário de Segurança, Arthur Trindade. O chefe da pasta também defendeu a PM e disse que a corporação agiu conforme protocolo de atuação e reforçou que excessos serão apurados. Questionado se alguma sindicância havia sido aberta pela secretaria, Trindade entrou no carro e não responde à reportagem.
Fonte: G1 DF via Blog do Callado