Vitória é o segundo nome da pequena Manoela, nascida na última quinta-feira (24) no Hospital Regional da Asa Norte. Vitória porque ela é símbolo de uma grande conquista para uma pequena família que lutou e venceu a Covid-19. A mãe, Daniela Batista, foi hospitalizada no dia 28 de julho com suspeita de infecção pelo novo coronavírus no Hospital Regional de Sobradinho. No dia seguinte, ela foi transferida para o Hran, onde foi internada na Unidade de Terapia Intensiva e precisou ser intubada. Em meio a isso, ainda havia o risco de um parto precoce.
Depois da UTI, Daniela ainda precisou ser internada algumas vezes no Centro Obstétrico devido à perda de líquido amniótico, até que, na trigésima nona semana de gestação, Manoela nasceu, e saudável. “O que nós passamos foi uma coisa complicada, delicada. A minha esposa teve Covid, grávida, problemas acumulando. Correu o risco de retirar antes”, relata o pai de primeira viagem, Francisco das Chagas Araújo Paz.
Zeloso, o marido ficou ao lado de Daniela todo o tempo possível, que foram os dias na enfermaria e no centro obstétrico. Agora, ele aguarda a alta da esposa e da pequena Manoela Vitória para voltar para casa, reencontrar e celebrar a vida com os familiares. Nesse período dentro do Hran, ele formou sua opinião sobre os profissionais e todo o atendimento: “ótimo, excelente, são muito atenciosos com a gente, carinhosos, é indescritível”, resumiu Francisco. A família mora em Sobradinho I.
“Família de vencedores”
Uma das profissionais que cuidou de Daniela nesse período foi a enfermeira Érica Possidônea Pereira, que atua no Centro Obstétrico. Ela considera que essa é uma “família de vencedores”. “Eles passaram por muita insegurança pela gravidade da doença e medo”, relata. “Gratidão pela profissão e superação dessa família que se manteve unida nesse período difícil para toda a saúde! Apesar de nossa insegurança e medo de estar diariamente exposto ao vírus”, lembra a profissional.
Hoje, a família foi presenteada com um kit oferecido por uma das enfermeiras da unidade. Ele contém álcool em gel, itens de higiene pessoal, máscara e uma roupa para a bebê.
Cuidados
Os cuidados iniciam na chegada das pacientes, que são separadas entre aquelas que estão com suspeitas e as que já confirmaram a doença. Todas passam por tomografia para verificar a situação dos pulmões. Durante o tempo de internação das gestantes, são realizados exames que verificam a vitalidade fetal com mais frequência para evitar ou diagnosticar o sofrimento fetal, como a ecografia e a cardiotocografia.
Foi criada, no Centro Obstétrico, uma sala com respirador e equipamentos para intubação das pacientes. Quando a paciente passa por esse procedimento ela é encaminhada para o box de emergência ou para um leito de Unidade de Terapia Intensiva para receber os cuidados necessários. Após melhora e alta dessas unidades de atendimentos emergenciais, a paciente é encaminhada para a maternidade. No Hran existe um grupo exclusivo para realizar o procedimento de intubação que é acionado diante de qualquer intercorrência e o atendimento é imediato.
Na maternidade, as puérperas também estão separadas em suspeitas e confirmadas. Quando o exame apresentar resultado negativo, a paciente retorna para a Região de Saúde de origem. As pacientes que tiveram resultado positivo continuam sendo atendidas no ambulatório específico e, à medida que elas vão evoluindo, são encaminhadas para atendimento nas unidades básicas de saúde mais próximas de onde residem.