Com mensagem dedicada à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama, a campanha Outubro Rosa ganha mais uma adesão: a da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), por meio da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS). Para reforçar o alerta da campanha, a orquestra, a partir desta terça-feira (6), transmite pelo YouTube obras que remetem ao universo feminino, chamando a atenção das mulheres para o diagnóstico precoce que pode salvar vidas.
Serão irradiados vários concertos, gravados em diferentes ocasiões pela orquestra. As apresentações serão sempre às terças-feiras, às 20h. O Outubro Rosa da orquestra começa com a transmissão do Concerto para Violino em Ré Maior, de Tchaikovsky. O solista é Nicolas Koeckert. Em seguida, será exibida a suíte O Pássaro de Fogo, de Igor Stravinsky.
Na próxima terça (13), será a vez da Sinfonia nº 3, de Gustav Mahler. Já no dia 20, o canal da OSTNCS no Youtube apresenta a Sinfonia nº 1, de Beethoven, seguida pelo Clarinet Concerto nº 1, de Weber. A programação fecha no dia 27 com obras de Beethoven: Sinfonia nº 3, Quarteto de Cordas Op.18 nº 2 (executada pelo Quarteto de Cordas do Teatro Nacional) e a abertura Criaturas de Prometheus.
Lua Branca
Também em reforço à campanha Outubro Rosa, a sinfônica lançou, na última semana, um videoclipe homenageando um dos grandes nomes femininos da música brasileira: a compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga. A peça escolhida foi Lua Branca.
Escrita em 1910, a obra é baseada nos contos populares russos sobre um pássaro mágico que, para seu captor, é tanto uma bênção quanto uma perdição. Regido pelo maestro Claudio Cohen, o concerto conta com a participação especial do solista alemão Nicolas Koercket.
Com os músicos vestidos de branco e portando o laço rosa, símbolo da campanha, o concerto destaca a participação da clarinetista Paula Pires, da violinista Luciana Arraes e da flautista Luciana Morato.
Homenagem às mulheres
“Abrindo este mês, queremos também exaltar a importância das mulheres nas orquestras, ambiente que, originalmente, era exclusivamente masculino”, lembra o maestro. “Depois de décadas de luta, o número de mulheres nas orquestras aumentou em até 300%.”.
Luciana Morato ressalta que a relação entre a arte e a saúde pode ser intensificada com a presença feminina das instrumentistas da OSTNCS. “Desde a Antiguidade, a música era usada de forma terapêutica”, explica. “Os benefícios como o bem-estar, a felicidade e o contentamento remetem à música e ao seu poder de recuperação, sobretudo da saúde psicológica e consequentemente, física”.
Luciana Arraes igualmente destaca a música como um instrumento transformador e influenciador que também atua na saúde mental feminina. “O palco, a música clássica e as orquestras sinfônicas têm um relacionamento direto com o grande público e são aliados fortes na divulgação de campanhas tão importantes como essa [Outubro Rosa]”, avalia.
Paula Pires, que vê na campanha suporte e empatia às mulheres que convivem com a doença, ressalta: “A música é uma excelente ferramenta para se falar poeticamente o que muitas vezes não conseguimos colocar em palavras. Nesse sentido, ações como a da orquestra sensibilizam seu público e ganham muita força”.